Célia Leão, ex-deputada estadual e ex-vereadora de Campinas, foi impedida de embarcar de Buenos Aires para São Paulo por causa de uma almofada ortopédica que necessita usar por ser cadeirante. A companhia aérea Gol alegou “motivos de segurança” para retirá-la de dentro do avião que sairia quinta-feira (1) com destino a Guarulhos. Célia alegou que a mesma almofada foi usada, sem problemas, no voo de ida, dia 27 de abril. Após o envolvimento de médicos e advogados, Célia embarcou para o Brasil no início da noite desta sexta-feira (2).
A companhia aérea alegou a necessidade de um formulário MEDIF – usado por passageiros que necessitam de atenção médica ou equipamentos especiais durante o voo – para que pudesse utilizar a almofada roho, que é ortopédica e indispensável para que consiga se acomodar no assento da aeronave.
Segundo a Gol, trata-se de uma exigência da Agência Nacional de Aviação Civil. Na página da Anac, porém, consta no site da Anac que “as regras não se aplicam a embarques e desembarques realizados no Exterior.
“Estou no voo da Gol tentando sair de Buenos Aires para São Paulo e fui impedida pela empresa por estar usando minha almofada Roho. Eu não posso colocar o bumbum em cima do assento, porque me machuca, eu não tenho musculatura para sentar em qualquer banco”, disse a atual secretária municipal de Assistência Social de Valinhos em um vídeo.
Célia explicou que sempre utilizou a almofada nos voos que realiza. O impasse atrasou em 40 minutos a partida do voo de Buenos para o Brasil e ela e o marido acabaram desembarcando. O casal foi acomodado pela companhia aérea em um hotel. Contatos com advogados e médicos feitos de Buenos Aires permitiram que ela voltasse a São Paulo na noite desta sexta-feira.
“É inaceitável, com todas as medidas constitucionais que têm no Brasil, e que devem ter também na Constituição da Argentina, que preveem direitos para a pessoa com deficiência usar qualquer equipamento para sua mobilidade. Estou falando por milhares e milhares de pessoas com deficiência”, disse no vídeo.
Célia Leão sofreu um acidente de carro quando tinha 19 anos, que a deixou paraplégica. Sua trajetória política se caracteriza pela luta dos direitos das pessoas com deficiência. Ela já foi secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e é advogada.











