Campinas é uma joia entre as cidades brasileiras e se destaca pela inovação, criatividade e empreendedorismo. Com uma privilegiada infraestrutura logística, a região possibilita mobilidade, escoamento rápido e atratividade para grandes negócios. É o que aponta o estudo “A Estrada para Crescer”, desenvolvido pela agência Virtù em parceria com a organização Centro de Liderança Pública (CLP) e apoio do Grupo CCR.
O levantamento identificou os principais desafios e oportunidades do cenário social, econômico e fiscal de dez municípios paulistas e revela vocações econômicas, vulnerabilidades sociais e aspectos financeiros com o intuito de sugerir caminhos para a retomada do crescimento. Campinas foi a sétima cidade a ser abordada na série, que é apresentada de forma multimídia, com podcasts, infográficos e até vacinômetro, que acompanha diariamente o número de vacinados em cada localidade. Nos primeiros episódios do trabalho foram abordados os municípios de Barueri, Osasco, Sorocaba, Tatuí, Avaré e Itapeva.
Segundo a pesquisa, Campinas possui uma economia vigorosa e ocupa posição-chave na conexão com a capital paulista e com o Interior do estado.
Sete rodovias, como a Anhanguera e a Bandeirantes fazem a interligação com o restante do país, e o Aeroporto Internacional de Viracopos, o maior terminal de cargas do Brasil, liga a região ao mundo.
A cidade é conhecida como um polo de desenvolvimento científico, de inovação e de empreendedorismo. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é a quinta melhor universidade da América Latina, de acordo com o QS World University Rankings, e responsável por 15% da produção científica nacional.
Além da produção acadêmica, a região também ocupa posições de destaque em áreas como negócios inovadores, que movimentam em torno de 7,9 bilhões de dólares ao ano.
A cidade também é notória no mercado do setor criativo. Segundo o Ranking de Competitividade dos Municípios, Campinas ocupa a quarta posição entre municípios paulistas que mais ofertam vagas de emprego nessa área, além de ser considerada a segunda cidade com o maior número de startups, abrigando mais de 140.
Campinas foi considerada a quarta “cidade mais inteligente” do Brasil, pelo Ranking Connected Smar Cities (2020). Em eixos temáticos como “Tecnologia” e “Empreendedorismo”, ficou em terceiro lugar. Em “Economia”, alcançou a segunda posição, atrás apenas de Barueri. Outro indicador que atesta a força da economia local é o PIB de 61,4 bilhões de reais – terceiro maior no Estado e o 11ª do país – superando o de muitas capitais brasileiras.
Desafios
O estudo “A Estrada para Crescer” identificou alguns desafios a serem enfrentados pelos administradores públicos para aprimorar o ambiente empreendedor campineiro. Os principais gargalos diagnosticados pelo levantamento foram a baixa cobertura de saúde e a burocracia, que coloca alguns obstáculos para quem quer investir em novos negócios. De acordo com o Ranking do CLP, para se abrir uma empresa em Campinas leva-se em torno de dezesseis dias, enquanto a média nacional é de quatro. Nesse indicador, o município ocupa a 85ª posição entre as 95 cidades paulistas, e o 378º lugar entre as 405 brasileiras.
Na Saúde, mostra o levantamento, mesmo apresentando um bom desempenho no indicador que mede a mortalidade por causas evitáveis, com uma taxa de 104 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 155, existe um desafio que precisa ser vencido pelos campineiros: a cobertura básica. Nesse indicador, Campinas ocupa a 69ª posição entre os municípios paulistas e a 348ª posição entre os brasileiros, no Ranking do CLP.
Infraestrutura
Apoiadora do estudo, há vinte anos, em 2001, a CCR AutoBAn, administradora do sistema Anhanguera-Bandeirantes, inaugurou a primeira etapa do prolongamento da Rodovia dos Bandeirantes, ligando Campinas a Santa Bárbara D’Oeste. Posteriormente, com a conclusão da segunda etapa dessa obra, também em 2001, os paulistas passaram a contar com uma nova opção de ligação entre a capital São Paulo e a Região Metropolitana de Campinas.
O novo trecho rodoviário contribuiu para o desenvolvimento econômico local e proporcionou condições para atração de empresas de setores como os da tecnologia, do agronegócio e de logística. Essa mudança de cenário, ressalta o levantamento, garantiu a melhora na qualidade de vida da população, como ao reduzir o tempo de deslocamento entre municípios e na diminuição de quase 35% no índice de acidentes no Sistema Anhanguera-Bandeirantes.
O Estudo “A Estrada Para Crescer” é uma radiografia baseada em análises de 55 indicadores de dados públicos de 405 cidades brasileiras (95 delas paulistas), organizados pelo Ranking de Competitividade dos Municípios, de 2020. A próxima cidade a ser abordada no estudo é Louveira.