A vitória da Ponte Preta sobre o CSA, nesta segunda-feira (25), teve um roteiro inesperado. Após a expulsão de Saimon, aos 20 minutos do primeiro tempo, e com o CSA encurralando a defesa alvinegra, tudo indicava que a Macaca caminhava para mais uma derrota fora de casa, a quinta consecutiva.
Dentro de campo, porém, o desfecho foi diferente. A Ponte foi cirúrgica: em dois contra-ataques, marcou o gol e conquistou o pênalti que garantiram o triunfo por 2 a 1 em Maceió.
Além da boa atuação defensiva, o goleiro Diogo Silva foi decisivo ao converter a penalidade que definiu a vitória — seu primeiro gol com a camisa alvinegra.
O protagonista
Aos 39 anos, Diogo é o jogador que mais atuou pela Ponte em 2025, tendo ficado de fora apenas contra o Noroeste, pelo Paulista, e diante do Caxias, na Série C. O goleiro já havia marcado quatro gols na carreira, todos pelo CRB, entre 2021 e 2023, período em que se tornou um dos cobradores oficiais da equipe.
Entre os momentos mais marcantes, estão os dois gols contra o Grêmio, na Série B de 2022, e a atuação diante do Palmeiras na Copa do Brasil de 2021, quando defendeu três cobranças e ainda converteu a sua, eliminando o adversário em pleno Allianz Parque.
Após o jogo em Maceió, Diogo contou que vinha se preparando desde o início do ano para esse momento: “Tenho treinado pênaltis desde o início do ano. Hoje tínhamos Bruno Lopes e Toró como opções, mas quando eles saíram, me senti pronto para bater. Vi a chance de marcar meu primeiro gol com a camisa da Ponte e, graças a Deus, consegui. Foi o gol que selou a vitória.”
O último gol de um goleiro pela Ponte havia sido de Lauro, hoje treinador de goleiros da Macaca. Em 2003, pelo Brasileirão, contra o Flamengo, ele marcou de cabeça no Moisés Lucarelli e garantiu o empate naquela partida.
Mas não foi apenas o gol que fez a diferença. Debaixo das traves, Diogo também brilhou. Aos 36 minutos do primeiro tempo, quando o CSA pressionava, fez grande defesa diante de Tiago Marques, um dos artilheiros da competição, mantendo o 0 a 0. Já aos 39 da etapa final, espalmou cobrança de falta de Ciel, desviando a bola com a ponta dos dedos antes dela explodir no travessão.
União em meio às dificuldades
A Ponte foi a campo com os salários de junho ainda em atraso e desfalcada dos titulares Élvis, Jeh, Dudu, Everton Brito e Lucas Cândido, além de perder Saimon logo no início. Diogo fez questão de exaltar os companheiros: “Não tem que levantar uma vírgula desse grupo. Só parabenizar e agradecer, porque o que eles estão fazendo é acima da média.”
O técnico Marcelo Fernandes reforçou a fala e destacou o comprometimento do time: “O mais importante é o que esses jogadores estão fazendo com a camisa da Ponte Preta. Estou muito orgulhoso de fazer parte deste grupo, que tem enfrentado problemas enormes, mas segue comprometido. Esses atletas são fenomenais.”
A diretoria alvinegra corre para evitar que a dívida chegue ao segundo mês. Pelo acordo interno, os vencimentos devem ser quitados até o fim do mês seguinte ao trabalhado, o que coloca também julho em risco caso não haja pagamento até 31 de agosto.
Apesar das dificuldades, a vitória levou a Macaca de volta à vice-liderança da Série C, garantindo a vantagem de decidir dois dos três jogos do quadrangular em casa. Agora, a Ponte volta a campo no próximo sábado (30), às 17h, no Moisés Lucarelli, contra o Londrina, na última rodada da primeira fase da Série C.











