Com pendências salariais a serem resolvidas com o elenco campeão da Série C, a Ponte Preta recebeu a primeira notificação judicial desde a conquista do título nacional inédito. O zagueiro Wanderson, titular absoluto na campanha, entrou na Justiça do Trabalho pedindo a rescisão do contrato e o pagamento de R$ 343 mil referentes a dívidas salariais e trabalhistas.
A ação foi protocolada no dia 25 de outubro, mesma data da final em que a Ponte venceu o Londrina por 2 a 0 e garantiu o troféu da Série C. O contrato do defensor com o clube é válido até 30 de março de 2026.
No processo, que tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, o jogador cobra não apenas os salários atrasados, mas também valores relacionados a auxílio-moradia, FGTS, verbas rescisórias e outras pendências financeiras.
Com isso, Wanderson se torna o quinto atleta a acionar o clube na Justiça durante a disputa da Série C, e há expectativa de que novas ações sejam movidas nos próximos dias, caso as pendências não sejam pagas pelo clube.
Titular em 26 dos 27 jogos da Ponte Preta na competição, o zagueiro marcou um gol e foi um dos pilares da sólida defesa alvinegra na campanha do título. Agora, deve buscar um novo clube no mercado enquanto aguarda o desfecho do processo.
Outros casos semelhantes também vieram à tona durante o torneio. Em 7 de outubro, o atacante Everton Brito, que ficou fora da reta final por lesão no joelho, ingressou com ação cobrando cerca de R$ 1 milhão por salários e FGTS atrasados, multas, verbas rescisórias e indenizações por danos morais e materiais.
O pedido de rescisão imediata do jogador, no entanto, foi negado pela Justiça.
Antes dele, em agosto, o atacante Jean Dias obteve rescisão contratual por decisão judicial, cobrando R$ 795,3 mil referentes a salários (junho e julho), direitos de imagem, férias, 13º proporcional, FGTS, luvas e auxílio-moradia. No mesmo período, o lateral-direito Maguinho também acionou a Ponte Preta, com uma ação de quase R$ 2,9 milhões (R$ 2.892.863,32), posteriormente suspensa após acordo entre as partes. Atualmente, Jean atua pelo Atlético-GO e Maguinho pelo América-MG.
Outro nome que recorreu à Justiça foi o volante Jhonny Lucas, que deixou o clube em setembro sem disputar partidas na temporada. Ele cobra R$ 828.342,09 da Macaca por valores não quitados.
Os atrasos salariais seguem sendo uma preocupação nos bastidores. Horas antes da final da Série C, o elenco publicou uma nota conjunta nas redes sociais reconhecendo as pendências e reafirmando o comprometimento com o clube e a torcida, apesar da situação.
Após a partida, o capitão Elvis comentou, em entrevista coletiva, sobre as dificuldades enfrentadas e a força do grupo ao longo da campanha:
“Você não imagina o quanto significa para nós conquistar um título nacional com a Ponte Preta. Um clube tão tradicional, de camisa tão pesada, que infelizmente ainda não tinha vivido isso. Superamos essa adversidade, como tantas outras ao longo do caminho. Como dissemos na nota que publicamos, esperamos e confiamos que a diretoria resolva as pendências. Todos aqui merecem. Independentemente de quem vai ficar ou não, o mínimo é acertar o que nos é devido. Todos tiveram hombridade, enfrentaram dificuldades familiares e, mesmo assim, ninguém abandonou o barco.”
A Ponte Preta se prepara, ainda, para as eleições do clube, marcadas para novembro e que definirá a nova gestão do clube.

 
			 
					






















