Além da Comissão Processante (CP), aprovada por unanimidade nesta quarta-feira (19), um grupo de vereadores também protocolou na Corregedoria da Câmara uma representação para apurar a conduta ética do vereador Otto Alejandro (PL). A CP foi aprovada por todos os 29 parlamentares presentes na última sessão do Legislativo de Campinas.
A Corregedoria, presidida pelo vereador Carlinhos Camelô (PSB), receberá agora o documento assinado por Roberto Alves e Luis Yabiku (Republicanos), Paulo Haddad (PSD), Permínio Monteiro (PSB), Rodrigo Farmadi (União) e Dr. Yanko (PP), para avaliar a abertura de um procedimento de apuração ética e disciplinar.
Ao contrário da CP, que pode culminar com a cassação, a investigação da Corregedoria prevê sanções que vão desde advertência escrita e suspensão do uso da palavra durante as reuniões até a suspensão temporária do mandato por até 90 dias com prejuízo da remuneração do vereador.
A medida assinada por representantes dos partidos aliados ao PL de Otto, seria – segundo fontes – uma alternativa mais rápida do parlamentar se ausentar da vereança sem expor a Casa em uma comissão processante.
A CP, por sua vez, foi instaurada para investigar supostas quebras de decoro por parte de Otto Alejandro, incluindo denúncias de agressão à ex-namorada e outros episódios polêmicos que ganharam força após o surgimento de vídeos recentes.
A comissão terá Fernanda Souto (PSOL) como presidente, Eduardo Magoga (Podemos) como relator e Guilherme Teixeira (PL) como terceiro membro, e tem prazo de até 90 dias para concluir sua apuração.
Versão de Otto Alejandro
Em nota enviada ao Hora Campinas logo após a abertura da CP, Otto Alejandro afirmou que “a denúncia de violência doméstica foi prestada em um momento irracional da denunciante”.
Essa também foi a versão apresentada pelo vereador na segunda-feira (17), quando em tribuna defendeu-se de acusações e citou documentos em que, segundo ele, comprovaria sua inocência.
“No dia seguinte (a denunciante) procurou a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para retirar o boletim de ocorrência [….], procurou o Judiciário para retirar a medida protetiva”, falou. Além disso, Otto afirma que a ex-namorada teria escrito uma carta se retratando de todas as acusações.
“Já temos uma decisão judicial que indefere a medida protetiva, com a concordância do Ministério Público”, diz.
Otto classificou como “ótima” a abertura da Comissão Processante, pois, segundo ele, a inocência será provada. “A abertura da comissão não implica culpa e nem cassação, apenas investigação”.
Quanto ao vídeo em que ele agride verbalmente uma mulher que trabalha na portaria de um edifício, Otto afirmou que “foi algo que ocorreu há meses”. Ele admitiu que se exaltou, porém garante que já havia se desculpado com a mulher envolvida no caso, dizendo que reconheceu o erro e que “a envolvida aceitou seu pedido de desculpas”, escreveu.
Já em relação ao vídeo envolvendo guardas municipais em um bar, em que Otto aparece em bate boca, afirmando que os servidores “vão perder o emprego”, o parlamentar deu a seguinte versão:
“Fui surpreendido por dois Guardas Municipais (…), indaguei sobre a ocorrência de briga, respondi que não houve nenhuma briga e sim um desentendimento político, o qual já havia solucionado”.
Em sua versão, ele teria pedido que a conversa continuasse “fora do estabelecimento, uma vez que estava em um momento de lazer com a família … por eu ser figura pública e não querer constranger outros frequentadores”.
Todos os casos estão em investigação na 1ª Delegacia Seccional de Campinas, e tramitam sob segredo de Justiça.











