Iniciativa da Sociedade Mundial dos Distúrbios do Movimento (MDS), 29 de novembro é o Dia Mundial dos Distúrbios do Movimento, que se referem a um conjunto heterogêneo de doenças neurológicas cujo denominador comum é a alteração do controle motor: seja por lentificação, rigidez ou inibição de movimentos (hipocinéticos) ou por movimentos anormais, involuntários ou excessivos (hipercinéticos).
As principais condições que são consideradas Distúrbios do Movimento são: Doença de Parkinson e os Parkinsonismos Atípicos; Tremor Essencial, Distonias, Doença de Huntington e outras Coreias (distúrbio do movimento em que a pessoa apresenta movimentos involuntários, bruscos, rápidos, irregulares e imprevisíveis), Síndrome das Pernas Inquietas, Ataxias, Mioclonias e Síndrome de Tourette.
Embora haja variações conforme tipo de doença e faixa etária, dados apontam para um número elevado e em crescimento de casos. Estudo recente estimou que em 2021 haviam 11,77 milhões de casos prevalentes de Parkinson no mundo. A doença de Parkinson lidera em termos de reconhecimento, enquanto o Tremor Essencial pode estar entre os mais frequentes, especialmente nas faixas etárias abaixo de 60 anos.
Os sintomas variam bastante segundo a doença específica, mas de um modo geral, sinais de alteração motora que não se devem ao simples envelhecimento, que progridem ou interferem na vida diária, merecem avaliação especializada. Uma revisão recente na literatura científica afirma que os Distúrbios do Movimento são subdiagnosticados, sugerindo que muitos casos não são plenamente identificados.
É importante que a pessoa com suspeita busque um serviço neurológico referenciado ou médico neurologista / neurocirurgião com experiência em Distúrbios do Movimento, para diagnóstico preciso, plano terapêutico individualizado e acompanhamento contínuo. O tratamento pode envolver medicação, intervenções cirúrgicas, como a estimulação cerebral profunda (DBS), além de reabilitação funcional.
Dentre os Distúrbios do Movimento, a doença de Parkinson é um problema de saúde pública com impacto global relevante, que tende a crescer com o envelhecimento populacional. Reconhecer sinais precoces, procurar avaliação especializada, integrar tratamento e reabilitação e fomentar a conscientização são importantes para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
Kleber Duarte é médico neurocirurgião. Atualmente é coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.











