Em tempos de pandemia do novo coronavírus, não se pode descuidar também de doenças como a febre maculosa. Com a volta à quase normalidade, os campineiros estão buscando lazer e entretenimento em espaços abertos. Isso é desejado, mas é preciso estar atento.
Por isso, nove parques públicos das cidade está exibindo placas informativas sobre o carrapato-estrela, transmissor da doença. A febre maculosa é uma infecção grave, que tem cura, mas evolui muito rapidamente, por isso, o tratamento deve começar imediatamente. O problema é que os sintomas se assemelham aos de muitas outras infecções, o que pode dificultar o diagnóstico.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

É mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato.
A doença começa de forma repentina com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, falta de apetite, desânimo. Depois, podem aparecer pequenas manchas avermelhadas que crescem e tornam-se salientes.
A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos seja introduzido nos primeiros dois ou três dias.
O ideal é manter a medicação por dez a 14 dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.
Campinas
Em 2021, três pessoas morreram na cidade em razão da febre maculosa. A vítima mais recente foi um homem de 21 anos, que morreu em agosto. O provável local de infecção foi o bairro Boa Esperança. Em julho, um homem de 58 anos e um adolescente de 13 morreram em razão da doença. Os locais prováveis de infecção foram o distrito de Sousas e o bairro Vista Alegre, respectivamente.
A coordenadora do Programa Municipal de Arboviroses, Heloísa Malavasi, orienta que as pessoas que tenham frequentado áreas de vegetação e mato precisam ficar atentas durante cerca de 15 dias aos sintomas da doença.
A febre maculosa se manifesta por meio de febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
“Se houver contato com as áreas vegetadas, deve-se fazer uma inspeção cuidadosa, principalmente nos locais mais quentes do corpo: atrás do joelho, atrás do pescoço e virilha”, explicou. Não há vacina para a febre maculosa, reforça, e também não é possível eliminar o carrapato.
Como a doença evolui muito rapidamente, o tratamento deve começar logo, ainda durante a suspeita da doença. A orientação é para que as pessoas que apresentarem sintomas, procurem uma unidade de saúde e informem que estiveram em locais de risco ou que tiveram contato com o carrapato. A informação facilitará o diagnóstico e permitirá o início breve do tratamento.
Lago do Café, Pedreira do Chapadão e Lagoa do Taquaral estão entre os nove pontos da cidade em que foram colocados avisos sobre o risco de febre maculosa.
A Prefeitura informa que outras áreas de risco no município também receberão as placas. O Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim também dispõe de alertas – as placas estão afixadas já há algum tempo.

Ecológico
No Ecológico, a presença das capivaras, principal hospedeiro do carrapato-estrela, é fonte de preocupação. Passeios e caminhadas precisam ser feitos com zelo. Ficar às margens do lago, no gramado, é potencial risco, já que o carrapato pode subir pelas pernas. Todo cuidado é pouco nos lugares habitados por esses roedores, que acabam atraindo o carrapato-estrela.