O Largo do Rosário, no Centro de Campinas, foi palco neste sábado de um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro organizados por coletivos de mulheres de diferentes entidades, sindicatos e partidos. Elas defendem não só a saída dele do poder, mas o fim de suas bandeiras ideológicas. A manifestação começou por volta das 10h e terminou no começo da tarde.
De acordo com Márcia Quintanilha, presidenta municipal do PCdoB e uma das organizadoras, essa manifestação de mulheres é nacional. “Esse movimento nacional de mulheres começou lá em 2018 com o movimento Ele Não, porque a gente já sabia que Bolsonaro seria um governo nefasto, um governo que acabaria com os nossos direitos, principalmente das mulheres. É o pior governo que a gente já teve desde a redemocratização do nosso País”, afirma.
De acordo com Márcia Quintanilha, as mulheres são as mais atingidas pelas ações do governo federal.
“As mulheres são as que mais sofrem com as políticas antissociais que o Bolsonaro tem implantado. São as que mais morrem, as que são mais prejudicadas, principalmente no desemprego, e é um governo machista, misógino, e a gente tem visto que na pandemia, inclusive, o número de mulheres que foram mortas, violentadas, aumentou muito mais, até por conta da forma como ele trata essa questão do Movimento Feminista e das próprias mulheres, das crianças, da Juventude”, diz.

“Esse ato é exatamente para dizer que nós não queremos Bolsonaro nunca mais, o nosso mote agora não é mais Ele Não, é Bolsonaro Nunca Mais, que ele nunca mais possa ser eleito no nosso País”, Márcia Quintanilha.
Lourdes Simões, a Lurdinha, da Marcha Mundial de Mulheres, e umas das organizadoras do movimento Bolsonaro Nunca Mais, diz que o objetivo da manifestação é intensificar a luta para derrubar Bolsonaro. “Nós vivemos um momento de grande dificuldade no nosso País. Momento de morte em todos os sentidos, seja pela questão da pandemia, que continua matando mais de 200 pessoas por dia, seja pela situação econômica do País, o desemprego, a fome aumentou. As mulheres estão em situação de extrema debilidade, foram colocadas para fora do mercado de trabalho, e quando estão no mercado de trabalho são aquelas que estão no trabalho mais precarizado”, afirma. Ela diz que além da questão econômica, as mulheres ainda sofrem com a violência.
“Junto com a questão do mundo do trabalho, tem a questão da violência, o aumento do feminicídio. Aqui em Campinas nós tivemos três, a região já computou esse ano mais de oito. A violência explodiu, nós estamos numa situação muito grave, é uma pandemia dentro da pandemia, as mulheres continuam morrendo. Nós estamos na rua por conta dessa situação que se agrava cada dia mais. Esse governo de morte, morte para natureza, morte para economia, morte para as mulheres, morte para os jovens, esse é o governo do Bolsonaro que nós queremos derrubar”, afirma.
Ela explica que agora o movimento é Bolsonaro Nunca Mais.
“Bolsonaro Nunca Mais no sentido de que esse projeto tomou conta do País, não é só o Bolsonaro, é um projeto de destruição do nosso povo, acabar com a gente como nação, vender tudo que Brasil tem de riqueza, e matar o povo. Esse é o projeto do Bolsonaro, por isso, estamos dizendo Bolsonaro Nunca Mais”, afirma.
“Bolsonaro vem numa pegada de desgaste. As últimas pesquisas mostraram que ele está em queda, mas o bolsonarismo e o projeto do Bolsonaro têm fôlego. É contra esse projeto, contra Bolsonaro, e aqueles que são desse projeto, que estão no Judiciário, que estão no Legislativo, que estão no Executivo, é o projeto de morte do Bolsonaro que nós queremos derrotar”, Lourdes Simões, a Lurdinha.
A organização do evento estima em cerca de 150 pessoas o número de participantes, já a Prefeitura informou que cerca de 70 pessoas se reuniram no Largo do Rosário.