Horas depois de o governo de São Paulo informar que pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o início dos testes da Butanvac, uma produção nacional, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, informou que uma candidata a vacina contra a Covid-19, apoiada pelo governo federal, solicitou na quinta-feira (25) autorização para testes em voluntários.
Desenvolvido no Brasil, o imunizante é chamado de Versamune-CoV-2FC. É resultado de uma pesquisa financiada pelo ministério e coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), em parceria com a empresa brasileira Farmacore e a PDS Biotechnology.
Segundo comunicado emitido, comunicado, a Versamune teve resultados animadores nos testes feitos com animais. “Os resultados dos estudos não-clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até o momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da Covid-19”, diz. “A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo”, detalha o documento.
Pontes explicou que o governo brasileiro investiu em 15 diferentes pesquisas de uma nova vacina contra a Covid-19. “Três dessas vacinas avançaram nos pré-testes e agora elas estão entrando na fase dos testes clínicos. (…) Uma dessas vacinas já tem o protocolo registrado na Anvisa para testes clínicos”, disse o ministro.
Perguntado por que o anúncio do governo federal foi no mesmo dia do realizado pelo governo de São Paulo, Pontes disse que é uma “coincidência”. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu estava na expectativa de anunciar. Ia fazer assim que entrassem (com o pedido na Anvisa). Começaram em fevereiro a apresentar os documentos para a Anvisa. É uma coincidência que ele [governador João Dória] tenha anunciado em São Paulo”, disse o titular do MCTI.
Em rápida entrevista, Marcos Pontes destacou que o ministério vem financiando pesquisas desde fevereiro do ano passado, mas que teve dificuldades para obter novos recursos no fim do ano e em fevereiro, mas remanejou recursos da pasta para o projeto coordenado pelo professor da USP de Ribeirão Preto. “Em fevereiro uma dessas vacinas se adiantou bastante com a Anvisa. Busquei no MCTI recursos de outros projetos para apoiar os testes clínicos”, disse.