A Região Metropolitana de Campinas gerou 15,7% menos vagas de emprego em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), com base nos dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
De acordo com a pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (14), a RMC criou 3.852 postos de trabalho em janeiro de 2022, contra os 4.572 registrados no mesmo mês do ano passado.
O setor do comércio foi o que mais perdeu. Em 2021, esse setor havia fechado 319 vagas. Neste janeiro de 2022, foram 1.566. A indústria de transformação recuou 26,3% ( 2.182 em 2021 e 1.607 em 2022) e a construção civil caiu 2,8% (900 em 2021 e 874 em 2022).
A Agropecuária e o setor de Serviços foram as atividades que mais se expandiram. A primeira, em 94,92% e, a segunda, em 44,21%.
Em Campinas
Segundo o estudo da ACIC, em janeiro, foram gerados 1.137 postos de trabalho em Campinas, 20,49% abaixo dos 1.430 postos criados no mesmo período de 2021.
O setor de Serviços, a Construção Civil e a Agropecuária foram os que mais cresceram, enquanto que o Comércio e a Indústria foram os que mais recuaram.
Além de Campinas, entre as cidades da RMC que mais criaram vagas de empregos no primeiro mês do ano estão Indaiatuba, com 4.119 admissões, Americana, com 3.384, e Santa Bárbara D’oeste, com 2.195.
De acordo com economista e diretor da ACIC, Laerte Martins, apesar da redução dos efeitos da pandemia devido ao avanço da vacinação, os indicadores da economia foram impactados pela elevação da inflação e dos juros, juntamente com a elevação do câmbio neste início de ano.
Isso, segundo ele, provocou forte perda no poder de compra dos consumidores e refletiu negativamente na geração dos empregos formais.
“O salário médio de admissão teve um aumento real de 6,38%, melhorando a média salarial que, até então, estava em queda”, destaca o economista.
O diretor da ACIC explica que a qualidade do emprego apresenta-se aquém das especificações e necessidades da mão de obra procurada pelas empresas e que uma maior qualificação melhoraria sobremaneira a geração de postos de trabalho, principalmente na área tecnológica.
“As perspectivas futuras são mais preocupantes frente ao surgimento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, fato que poderá afetar a economia mundial de maneira mais negativa, piorando, ainda mais, a criação de emprego a patamares bem mais baixos dos de janeiro de 2022.
Veja a produção de empregos por municípios da RMC, segundo a ACIC:
Nacional
Em nível nacional, o emprego formal com carteira assinada em janeiro de 2022 apresentou um saldo positivo de 155.178 postos de trabalho, decorrente de 1.777.646 admissões e de 1.622.468 demissões.
No entanto, houve uma redução de 40,4% na geração de empregos em janeiro deste ano, na comparação com 2021.
Apenas o setor de Serviços cresceu 21,92%. O Comércio foi o que mais demitiu (341,39%), seguido da Indústria (44,01%), da Agropecuária (24,17%) e da Construção Civil (15,38%).