O historiador Jorge Alves de Lima, de forma inconstete, é o maior memorialista contemporâneo do campineiro Carlos Gomes. Profundo conhecedor da vida do icônico maestro, ele também ofereceu à sociedade um trabalho exemplar de pesquisa e resgate de um dos momentos mais dramáticos da história de Campinas, a epidemia de febre amarela, no final do século 19, que dizimou parte da população. Sob a batuta de Jorge Alves de Lima, esses dois assuntos ganharam protagonismo especial, um farol que iluminou as mentes e tocou os corações de milhares de leitores.
Agora, aos 84 anos, chegou a vez do historiador, jornalista e advogado Jorge Alves de Lima apresentar à comunidade uma obra autobiográfica, não necessariamente um livro sobre si mesmo, mas um registro de sua própria epopeia com contextualização histórica e com uma linha do tempo que ajuda a enxergar o desenvolvimento de Campinas.
O ponto inicial dessa viagem literária – e também rodoviária – é sua cidade natal, Joaquim Távora, no Paraná, de onde saiu para construir carreira e reputação. E o gancho da narrativa é seus anos iniciais no Colégio Cristo Rei, na cidade paranaense de Jacarezinho.
A saga do memorialista é uma narrativa que confere algumas coincidências. Entre elas, a sua admiração pelo monumento-túmulo de Carlos Gomes, na Praça Bento Quirino, quando chegava à cidade ainda jovem. O pai de Jorge o levou para outros espaços importantes de Campinas, mas o menino-homem, atraído por aquela história, acabou sendo tocado pelo maestro, personagem que décadas depois seria retratado com maestria em vários livros lançados.
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A saga Carlos Gomes
Jorge Alves de Lima, presidente da Academia Campinense de Letras (ACL), é autor de quatro volumes sobre Carlos Gomes. As duas últimas obras foram lançadas pela Pontes Editores, de Campinas. Os livros são os seguintes: Carlos Gomes: Sou e sempre serei o Tonico de Campinas; Carlos Gomes: Uma nova estrela; Carlos Gomes: O sono eterno no seu berço natal; Carlos Gomes: A última morada. Veja as capas dos livros abaixo:
O que escreveu Ana Negrão
Vice-presidente da Academia Campinense de Letras (ACL), Ana Maria Melo Negrão é parceria literária de Jorge Alves de Lima, ajudando-o na condução administrativa da ACL. Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela é pesquisadora e professora universitária. É também escritora. Coube a ela resumir o Primeiro Volume do novo livro do amigo de letras e causos.
“Cumpre asseverar que não se faz ausente quem está presente em nosso coração, uma vez que o pano de fundo alicerça-se no culto à amizade pelos colegas do Colégio Cristo Rei e na clarividência das memórias de sua infância, adolescência e tempo de internato”, resume, sobre o eixo da obra.
“Com maestria, Jorge gera um clima intenso e emocionante, envolve os personagens no universo das cidades citadas e do magnífico Cristo Rei, colocando o leitor dentro das narrativas, vivendo-as, mergulhando em imersão total nos fatos e imagens, a despertar sentimentos de afeto, de solidariedade, de saudade, de perdas, de alegrias, de tristezas, possivelmente fazendo gotejar lágrimas furtivas… Jorge Alves de Lima de forma magistral, com essa obra, faz uma releitura do passado que se presentifica, recorda a sua primeira vinda a Campinas e visita ao monumento-túmulo de Carlos Gomes, homenageia o Colégio Cristo Rei, ressalta o orgulho incomensurável de terem sido alunos internos, relembra os valores éticos e humanísticos adquiridos pelas vozes dos padres e professores, eterniza os amigos que lá passaram juntos uma exponencial parte de suas vidas, sempre unidos sem nada poder afastá-los, pois “não se faz ausente quem está presente em nosso coração”, complementa.
E Ana Maria finaliza: “Este livro “Tempos Idos e Vividos” configura-se como um régio presente aos protagonistas que o integram, e, em especial, como uma obra de fidelidade aos fatos e pertencimento ao imponente e augusto Colégio Cristo Rei”.
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