Restando 15 dias para o término da Campanha contra a Pólio e Multivacinação, a Secretaria de Saúde divulgou nesta quinta-feira (15) um novo balanço que confirma a baixa adesão em Campinas. Desde o início da estratégia, em 8 de agosto, até quarta-feira (14), 21.803 crianças foram vacinadas contra pólio, o que representa uma cobertura de 37%.
Ainda que preocupantes, os números em Campinas estão um pouco cima da média nacional de cobertura, que chega a apenas 35% das crianças na faixa etária entre 1 e 5 anos de idade.
A meta da campanha é alcançar uma cobertura igual ou maior que 95% neste público.
Em relação às demais vacinas, 10.085 crianças menores de 1 ano compareceram às unidades, sendo que 8.155 atualizaram as carteiras. Entre as pessoas com idade de 5 a 14 anos, 12.269 compareceram às unidades e 6.075 regularizaram as doses atrasadas.
A campanha contra a Pólio e Multivacinação está prevista para terminar em 30 de setembro. Durante a semana, as vacinas são aplicadas em 66 centros de saúde (o CS Boa Esperança não faz a vacinação). As salas de vacinas abrem às 8h e encerram o atendimento 30 minutos antes do fechamento da unidade.
Risco
A poliomielite, que causa paralisia infantil e pode ser fatal, chegou a ser uma das doenças mais temidas no mundo. Mas, com a vacinação, o Brasil deixou de apresentar casos da doença desde 1989, tendo recebido, em 1994, um certificado de eliminação da doença.
No entanto, com a baixa cobertura vacinal e problemas relacionados à vigilância epidemiológica e condições sociais, o Brasil voltou a figurar como um país de grande potencial para a volta da doença.
Desde 2015, quando conseguiu obter uma cobertura vacinal de 98,3%, o Brasil não alcança mais a meta de vacinação para a doença [estabelecida em 95%]. Em 2020, ela somou apenas 76,2%. E, no ano passado, 69,9%.
Vale lembrar que, com o sarampo, a história não foi diferente. O Brasil chegou a receber o certificado de eliminação do sarampo em 2016. Mas em 2019, também com queda vacinal para a doença, o país perdeu esse reconhecimento após não conseguir controlar um surto, que se espalhou por diversos estados.
A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
A doença não tem cura.