Mulheres de baixa renda, em especial aquelas na faixa acima dos 30 anos, compõem um dos grupos com mais dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Para ajudar a mudar essa realidade, uma startup social está focando suas atividades na criação de alternativas de geração de renda para esse público.
A Prato Fit surgiu da união entre a expertise da Afro Academy – edtech que oferece formação profissional de ponta com bolsas de estudos para pessoas desempregadas – à experiência inovadora da capacitação de mulheres para atuação no setor de alimentação. A concepção inicial da Prato Fit surgiu a partir de uma maratona no estilo Hackaton dos cursos da Afro Academy.
Para a fundadora da Afro Academy, Graciane Martins, esse é um dos grupos mais afetados pelo desemprego, falta de oportunidades de trabalho e necessidade de permanecer em casa para cuidar dos filhos ou idosos da família. “A partir da experiência nos cursos oferecidos pela Afro Academy, identificamos que a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho exige soluções que vão além apenas de uma formação. É preciso também criar as oportunidades de geração de renda”, explica.
Atualmente o projeto acontece em Campinas, onde a Afro Academy foi criada, e em Fortaleza (CE). Para 2023, os planos incluem a capacitação de 500 mulheres e a expansão para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.
A Prato Fit é uma plataforma que conecta pessoas que precisam de uma alimentação personalizada, indicada por nutricionistas e médicos, a cozinheiras que foram capacitados para elaborar esses cardápios. A capacitação profissional é conduzida por nutricionista e chef na gestão de delivery e preparação de alimentos. Além disso, a formação inclui também temas como higiene e segurança alimentar de acordo com as normas sanitárias.
Uma outra frente do projeto inclui também uma rede de mulheres que vai atuar na retirada das refeições e entrega aos clientes. A frequência das entregas pode ser atendida de acordo com as preferências do cliente: diariamente, uma vez por semana ou até mensal.
Para integrar esses três agentes foi desenvolvido um aplicativo com interface que conecta clientes, cozinheiras e entregadoras.
Segundo Rebeca Cabral, uma das cofundadoras da Prato Fit, atualmente o tíquete médio das refeições está em torno de R$ 30,00 e, em geral, com duas entregas diárias. “Nossas análises apontam que é possível uma cozinheira atingir uma renda mensal em torno de R$ 5 mil, trabalhando em casa e com baixo investimento inicial”, afirma.
A sustentabilidade socioambiental é um outro pilar que está no radar da Prato Fit. Para isso, segundo as empreendedoras, está sendo desenvolvido um modelo de parceria com pequenos produtores locais para fornecer os ingredientes às cozinheiras do projeto.
