Ontem, 28 de agosto, foi celebrado o Dia Nacional do Voluntariado e devemos agradecer, reconhecer e refletir sobre o poder transformador de quem escolhe doar o seu tempo para o bem comum. No mundo mais de 1 bilhão de pessoas se dedicam ao voluntariado.
No Brasil, há uma juventude cheia de vontade de participar, de agir e de contribuir para uma sociedade mais justa. Muitos já estão semeando o terreno, envolvidos em projetos sociais, ambientais e educativos. Outros ainda procuram o seu espaço e cabe a todos nós facilitar esse caminho.
Segundo o site Voluntários, “54 % (média de 14 milhões) dos jovens brasileiros querem ser voluntários, mas não sabem como iniciar. Apenas 7 % dos jovens são voluntários atualmente.” Este número não deve ser motivo de desânimo, mas sim de mobilização. O potencial está presente e o que falta, muitas vezes, são oportunidades claras, formação adequada e estruturas de apoio.
O voluntariado é mais do que um gesto de boa vontade.
Ele é uma estratégia de cidadania, uma força silenciosa capaz de formar lideranças, reforçar valores éticos e criar redes de apoio onde mais se precisa. É também uma forma poderosa de inclusão pois ao estendermos a mão a quem está à margem, melhoramos a vida de todos e fortalecemos os vínculos sociais.
Num período marcado pelo individualismo, o único antídoto que pode resgatar a autoestima e a felicidade das pessoas é “fazer acontecer para alguém”. Na verdade, essa ação resgata a alegria de viver do próprio voluntário. A experiência do voluntariado devolve sentido à vida, cria conexões humanas verdadeiras e mostra que cada pessoa pode ser parte ativa da solução.
A energia que alimenta esse movimento é a solidariedade, e com ela podemos sonhar com um Brasil mais educado para a cidadania. A escola, nesse cenário, deve ser, não só lugar de aprendizagem formal, mas também de formação para o serviço, a empatia e o compromisso social.
O voluntariado é uma forma de encarar a vida, de entender nosso papel na comunidade e agir. Ser voluntário é acreditar no poder da ação e sempre encontrar maneiras de exercer nossa cidadania.
Também não podemos esquecer o papel fundamental da comunicação social. A imprensa pode ajudar a dar visibilidade às boas práticas e inspirar mais pessoas a entrarem em ação. Quando a mídia se compromete com o bem comum, torna-se também voluntária na construção de um país mais consciente, inclusivo e solidário.
É muito importante celebrar todos os jovens que já fazem a diferença e aqueles que estão à procura de como começar. O Brasil precisa do envolvimento de cada um. E precisa, sobretudo, de esperança. O voluntariado é essa esperança em movimento. Que ele cresça, floresça e continue a ser uma semente de transformação, em cada canto do País.
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar