Beber e dirigir pode matar. Tema de uma campanha de segurança viária lançada no carnaval de 2023, o alerta vale também para as confraternizações de final de ano. Dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) apontam que, no período de janeiro
a outubro de 2023, o álcool esteve presente em 21 sinistros de trânsito registrados em Campinas.
O número representa 34,4% dos 61 casos que tiveram os fatores de risco analisados. Na atualização mais recente, os primeiros 10 meses de 2023 somaram 126 mortes no trânsito, sendo 64 em rodovias, 60 no eixo urbano e duas ainda não foram classificadas.
“Beber e dirigir pode transformar momentos de celebração em tragédias. O álcool compromete a habilidade de dirigir com segurança, já que afeta a coordenação motora, o raciocínio e a visão. Neste final de ano, se for beber, utilize o transporte público, por aplicativo ou carona com o
motorista da rodada. Não coloque a sua vida e a dos outros em risco”, alerta o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.
A ingestão de álcool pelas pessoas que se envolveram nos sinistros fatais foi maior, proporcionalmente, em vias urbanas. Entre os 26 sinistros fatais analisados em 2023, a alcoolemia foi identificada em 12 (46,2%) casos. Já entre os 35 sinistros em rodovias analisados, nove (25,7%) tinham o álcool como fator de risco.
Quando se considera o total dos 10 fatores de risco analisados, entre janeiro e outubro deste ano, o álcool foi o principal causador dos sinistros registrados em vias urbanas, com 29% do total de fatores, seguido pelo excesso de velocidade, com 26%.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir veículo automotor sob influência de álcool é uma infração de natureza gravíssima, multiplicada por 10, com multa no valor de R$ 2.934,70, recolhimento e suspensão da habilitação por 12 meses e retenção do veículo.
Se o teor alcoólico for igual ou superior a 0,3 mg/L, o condutor responderá criminalmente. A pena para esse crime é de detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.
A análise para identificar os fatores e as condutas de risco dos sinistros fatais é realizada pelo Comitê Intersetorial Programa Vida no Trânsito, que é composto por membros dos seguintes órgãos: Emdec, Secretaria Municipal de Saúde, Polícia Militar, Samu, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Instituto Médico Legal (IML) e hospitais.
A detecção da presença de álcool nas vítimas fatais é determinada a partir dos resultados dos exames de alcoolemia realizados no IML, pela identificação de odor etílico por membros das equipes de saúde ou pelo teste de etilômetro feito por policiais militares que atenderam a ocorrência.