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Home Campinas - 251 anos

Aleixo Baldin, 105 anos: comerciante que ergueu um bairro com as mãos é memória viva em Campinas

Ele é um dos raros exemplos de homens que acompanharam a evolução de rural a metrópole; Hora Campinas encontrou esse verdadeiro "tesouro" 

Gustavo Abdel Por Gustavo Abdel
14 de julho de 2025
em Campinas - 251 anos
Tempo de leitura: 5 mins
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Aleixo Baldin, 105 anos: comerciante que ergueu um bairro com as mãos é memória viva em Campinas

A alegre recepção com os braços abertos e um sorriso fraterno no rosto foram amostras de um encontro que, além de estar diante de um centenário tão lúcido e ativo, retratou através das suas memórias, dores e conquistas, o trabalho árduo daqueles que foram lideranças para o desenvolvimento de importantes bairros de Campinas.

Receber o forte aperto de mão de Aleixo Baldin, de 105 anos, é um convite a descobrir a fórmula da longevidade, e os ganhos colhidos com uma vida de trabalho braçal, dedicação à família e voluntariado.

 

“Eu sou a prova viva de que o trabalho não mata”, brinca. E, claro, ninguém duvida.

 

Mas antes de revelar nessa reportagem quantos burros Aleixo Baldin deixava cansado por dia, ao fazer o trajeto entre o bairro Betel e centro de Campinas, faz sentido observar o estilo de vida que tem moldado o centenário até hoje.

Já são quase 50 anos morando na mesma casa no bairro Jardim Chapadão, numa estreita rua não tão tranquila como há alguns anos, mas próxima ao frescor do Bosque dos Italianos. A casa foi construída com as mãos da própria família, que decidiu investir naquela despovoada região do Castelo, no final da década de 1970.

 

Aleixo e Olga tiveram seis mulheres e um homem, todos com letra N (Nelson, Nilse, Neide, Nadir, Noeli, Nélida e Neliani).

 

Apesar da rotina das famílias, a casa continua cercada de filhos, netos (16) e bisnetos (17). Aleixo também tem a companhia de Odília, cuidadora que o auxilia desde a partida da esposa, com quem esteve ao lado por 77 anos.

 

Aleixo Baldin e a cuidadora, dona Odília: cuidados e afeto – Foto: Gustavo Abdel/Hora Campinas

 

Hábitos não tão comuns ou possíveis para aqueles que passam dos 100, Baldin faz questão de ler jornal todos os dias, escrever páginas de memórias e caçar palavras, rezar dois terços, fazer seus alongamentos corporais e comer bem: arroz, feijão, verduras e, em especial, uma bella polenta.

O raro exemplo da longa vida de Baldin soma-se a um seleto grupo de moradores de Campinas que, de acordo com os dados do último censo demográfico (IBGE-2022), estavam em 169 centenários – sendo apenas 35 homens.

E no mesmo ano do censo, aqueles com 100 anos ou mais representavam 0,008% da população mundial, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A presença desses centenários no seio familiar, com interações e cuidados diários, aumenta a expectativa de vida quando aliado a hábitos saudáveis e fatores genéticos, apontam alguns estudos. Rosa, única irmã mulher de Baldin, também viveu até os 100 anos.

 

Baldin celebrou 100 anos em plena pandemia da Covid-19 – Foto: Arquivo pessoal

 

Nas inúmeras anotações que Aleixo registra em pequenos cadernos, sobressaem os detalhes dos episódios que mais o marcaram — desde o início da construção do bairro Betel (incorporado a Paulínia em 1993), até as viagens de pescaria, festas da comunidade e amizades cultivadas ao longo da vida.

Originalmente Alécio, mas erroneamente interpretado pelo cartório, Aleixo seguiu os passos de trabalho do pai João Baldin. Buscaram nas plantações de banana, na venda de porcos e beneficiamento do arroz, o sustento para a numerosa família.

 

Seu pai empresta o nome a uma avenida em Betel, e desde então a história da família vem sendo contada através da oralidade de Baldin e dos próprios filhos.

 

Ao lado dele durante nossa entrevista, a filha Nélida, 66 anos, e a neta Millena, de 45, auxiliaram o centenário a compor sua história com as fotografias, algumas perguntas mais próximas para facilitar a audição, e em alguns momentos, ambas surpreendidas com a espontaneidade de novos fatos rememorados por ele.

 

A filha Nélida, 66 anos, e a neta Millena, de 45, auxiliaram o centenário a compor sua história – Foto: Gustavo Abdel/Hora Campinas

 

Trabalho e dedicação ao próximo

Durante quase 50 anos Aleixo trabalhou como comerciante. Começou ainda bem jovem a vender bananas para freguesias em Barão Geraldo (Fazenda Santa Elisa) e Campinas. Com a paralisação dos vagões da estrada de ferro Funilense, transportou suas mercadorias em carroça por quase 20 anos, até adquirir uma caminhonete modelo italiano.

“Até hoje, quase todo santo dia, me vem na cabeça as viagens de burro de Betel a Campinas, às vezes três no mesmo dia. Eu cansava sete burros nesse trajeto”.

 

Dos trajetos até o bairro Ponte Preta, na década de 1940, a imagem de Campinas era de um grande descampado, cercado de fazendas e poucas construções, se recorda.

 

Ao passo em que os filhos cresciam e as vendas aumentavam, Baldin montou um armazém e o esquema de viagens a Campinas só aumentou. Foi ele o primeiro a instalar em Betel um grande silo para beneficiar arroz e, assim, não depender mais dos comerciantes da região central, e dos longos trajetos percorridos.

Dos recursos que conseguia e a notoriedade que crescia entre os moradores, pleiteou junto ao prefeito de Campinas da época a instalação de eletricidade e asfalto no bairro. Ele mesmo ajudou a trabalhar nas benfeitorias levadas pela Prefeitura. “Você me comeu uma perna, hein Aleixo?”, disse o vencido prefeito, diante dos constantes pedidos do comerciante.

Também foi Baldin o primeiro a ter telefone na longínqua região, hoje uma das mais desenvolvidas industrialmente em Paulínia. Aleixo chegou a mandar um telegrama ao vice-presidente da República e xará, Pedro Aleixo, solicitando sistemas de telefonias para a região.

 

“O que eu fiz por Betel ninguém acredita. Tudo isso aqui eu consegui por essa boca. E nunca cobrei um tostão de ninguém.”

 

Pelo contrário. Aleixo era um grande doador para a comunidade, e assim fazia através da paróquia de São Pedro, em Betel. Era o responsável direto pela área de arrecadação e doação da comunidade, e organizou dezenas de festas.

Otávio, Egidio e ele formaram o trio de músicos que embalaram bailes e festas na época. Assim como o nome dos festeiros, lembra-se de Afonso Bertoli, o homem que o ajudou na compra do silo, e de fregueses assíduos de Barão e Campinas, como Vicente Vicentim, Antonio Rodrigues e João Inácio.

Das pescarias que duravam dias no Mato Grosso, a foto de um pirarucu de 110 quilos não nos deixa cair em história de pescador. E na foto do tal feito, o nome anotado de todos os amigos que embarcaram naquela pescaria. O exercício de anotar tudo ao longo da vida é um fato que sempre chamou a atenção da família.

 

Quando mudou-se para o Chapadão, frequentou até pouco tempo atrás a igreja Nossa Senhora do Rosário, onde segue como dizimista até hoje.

 

“Pra mim ele é um exemplo de resistência, existência, correção de atitudes. Ele sempre priorizou muito a família. Ele nunca se distanciou da família que ele construiu. Eu percebo que esse laço forte, essa construção, para ele é um diferencial, abastece as emoções dele. E a fé, a religiosidade profunda que ele tem, deixa ele muito fortalecido”, declara Nélida, olhando para o semblante sorridente do pai.

 

Nélida e o pai: “Pra mim ele é um exemplo de resistência, existência, correção de atitudes” – Foto: Gustavo Abdel/Hora Campinas

 

Para Baldin, o segredo da vida se resume a três coisas fundamentais. Dormir na hora certa, não ingerir bebida alcoólica e ter muita fé. E vai além.

 

“Para crescer na vida a gente não precisa de nome, pois sem nome a gente fazia tudo que era bom. E se me perguntam quem fez tudo isso para nossa comunidade, eu digo que foi o Aleixo e o Baldin”, sorri.

Emocionada com os relatos, a neta Millena o abraça e diz: “Ele tem um coração enorme. A gente aprende só de escutar”.

Tags: Aleixo BaldinCampinas - 251 anoscampineiros centenáriosHistóriamemória viva
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