As longas filas e a demora relatadas durante o primeiro turno das eleições não se repetiram neste domingo (30). O eleitor que compareceu aos colégios eleitorais em Campinas para escolher entre os candidatos à presidência e ao governo do estado encontrou no segundo turno do pleito um cenário diferente. A maior movimentação foi registrada logo que as seções foram abertas, às 8h. No decorrer da manhã, a espera foi ficando cada vez menor. A votação prossegue até as 17h.
O prefeito de Campinas Dário Saadi encontrou poucos eleitores na fila quando foi votar no Centro de Educação Infantil (CEI) Cônego Manoel Garcia, no Bonfim. O político, que declarou seu apoio a Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas neste segundo turno, cumprimentou os eleitores e fez algumas fotos na escola.

No Colégio Educap, o sentimento era o mesmo entre todos da seção 100: felicidade por constatar que o calvário do primeiro turno não se repetiria. A vendedora Ana Carolina da Silva nem acreditou quando chegou e viu apenas uma pessoa a sua frente. “ No primeiro turno esperei quase três horas! Até vim mais cedo hoje com medo de demorar de novo. Estou feliz que nem vou esperar agora”.
Ao contrário do primeiro turno, a advogada Isabela Fontana aguardou apenas duas pessoas a sua frente na Escola Estadual Marechal Mallet. Também estranhou o pátio vazio e a pequena movimentação. “Está muito diferente do primeiro turno. Naquela vez, ainda tive sorte e fiquei apenas meia hora da fila, mas minha seção era a mais vazia da escola. Agora não levei nem cinco minutos entre chegar e sair”, relatou.

A aposentada Deusa Aparecida Camilotti, que vota no Jardim Aurélia, levou poucos minutos para confirmar o seu voto no segundo turno. “Da outra vez fiquei assustada com o tanto de gente esperando na escola. Minha sorte é que como sou preferencial, não precisei ficar naquela fila enorme”, conta Deusa, que tem 70 anos e, embora não tivesse a obrigação de participar do pleito, quis exercer seu direito neste domingo.
Porém, houve exceções, como a situação enfrentada pelo casal Jorge e Sandra Siqueira na Fundação Bradesco. Eles foram votar do mesmo horário do primeiro turno, logo às 8h, e esperaram mais dessa vez. “Eu contava que fosse ser mais rápido, são menos candidatos, mas acho que todo mundo pensou como nós e decidiu ir cedo votar. No primeiro turno ficamos uns quinze minutos na fila, mas agora levamos quase uma hora”, contou. “Acho que aqueles casos de muita demora do primeiro turno também fizeram com que as pessoas fossem votar mais cedo dessa vez”, acredita.

Biometria
No primeiro turno, uma das justificativas para a demora acima da média em vários locais de votação no Brasil foi o cadastro de biometria de milhões de brasileiros. Também pesou o fato de haver mais cargos para a escolha.
Mais 9,8 milhões de eleitoras e eleitores brasileiros tiveram as digitais conferidas na hora de votar em 2 de outubro. A iniciativa foi tomada para acelerar o processo de cadastramento biométrico – que, atualmente, reúne dados de aproximadamente 120 milhões de pessoas –, e fez parte do Projeto de Importação de Biometria de Órgãos Externos (Bioex), criado em 2017 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).