A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.
Foi foi a sexta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde agosto de 2006, quando também estava em 14,75% ao ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, dia 7.
A Associação Paulista de Supermervados (Apas), uma das entidades de maior representação no mercado econômico brasileiro, criticou duramente a alta da Selic.
“O Banco Central opta por manter uma política de juros elevados, o que funciona, na prática, como um freio à atividade econômica. A continuidade desse ciclo é, em nossa avaliação, equivocada, sobretudo diante do contexto internacional e dos desafios envolvendo a economia brasileira”, ressalta nota da entidade.
“É importante lembrar que o mundo vive um ciclo neoprotecionista, em que os países buscam fortalecer sua produção e seu mercado interno. Com a taxa Selic nos patamares atuais, o Brasil favorece o rentismo e a especulação, em detrimento da geração de empregos, do investimento produtivo e do crescimento econômico de médio e longo prazo”, continua.
“Por isso, acreditamos que, neste momento, a decisão mais adequada seria, no mínimo, a manutenção da taxa de juros, sendo desejável, inclusive, o início de um ciclo de redução. Também é necessário abrir um debate urgente sobre a revisão do modelo de metas de inflação. A adoção do índice cheio, que inclui componentes como alimentação e energia elétrica, estimula uma política monetária excessivamente conservadora e juros estruturalmente elevados. Esses itens, em especial os alimentos, têm baixa sensibilidade aos juros e, portanto, geram efeitos defasados e ineficazes”, conclui a Apas.











