Após 58 anos de sua inauguração, em 27 de janeiro de 1963, o Viaduto Cury recebe obras que vão mudar sua estrutura de segurança, principalmente com objetivo de evitar que veículos caiam de seus quatro metros de altura. Serão substituídos 664 metros de defensas em diversos pontos.
Foram inúmeros acidentes registrados na estrutura. Desde 2013, houve ao menos três que levaram à queda de veículos do viaduto. Em um deles, um ônibus biarticulado do transporte público não conseguiu fazer a curva e despencou de uma altura de quatro metros. Um passageiro morreu. A Emdec, inclusive, colocou radares para limitar a 40km/h a velocidade no trecho mais crítico.
Construído na década de 1960, o viaduto possui gradil baixo e inadequado à contenção de veículos.
Defensas são barreiras de segurança viária usadas para separação de fluxos ou para impedir que veículos caiam em barrancos, ou ainda de pontes e viadutos. São estruturas com alta resistência a impactos. Na obra, as partes do Viaduto Cury que mais necessitam recebem as novas defensas em concreto armado do tipo New-Jersey em troca das barreiras metálicas existentes atualmente.
Os trabalhos começaram no dia 23 de setembro e a previsão é que sejam terminados até o final deste ano.
Segundo a Administração Municipal, o viaduto recebe manutenções periódicas de acordo com a necessidade, além de ser vistoriado como as demais estruturas do tipo na cidade. “A última obra de maior porte ocorreu em 2013 quando foi feita uma reforma com trocas de todas as juntas de dilatação, fresagem, recapeamento e melhoria da sinalização e iluminação”, explicou a Prefeitura.
Na etapa inicial, é interditada a faixa direita do viaduto, no sentido bairro-centro, desde o acesso pela Avenida João Jorge (sobre a linha férrea) até o início da Avenida Moraes Salles.
A circulação de veículos e ônibus do transporte público coletivo ocorre normalmente nas faixas de rolamento não impactadas pela interdição. Gradativamente, as interdições migrarão para outros pontos no entorno do Viaduto Cury, sempre de forma parcial, visando garantir a fluidez viária, segundo a Prefeitura.
A Prefeitura de Campinas está investindo R$ 1 milhão na obra. Os trabalhos são comandados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e executados por uma construtora com recursos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Administração e a empresa MRV Engenharia e Participações.
Segundo o secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, trata-se de obra de grande relevância. “O objetivo é ampliar a segurança viária e prevenir acidentes e quedas de veículos”, afirma Barreiro.
História
A inauguração do Viaduto Miguel Vicente Cury (que só recebeu esse nome posteriormente) foi um dia importante para Campinas. Carlos Alberto de Carvalho Pinto, o então governador, esteve no município, o prefeito Miguel Vicente Cury discursou e havia uma banda para acompanhar o evento. O viaduto passava sobre uma praça arborizada com lago, cisnes e bancos, servindo até de cenário para fotos de famílias e namorados.
O viaduto foi planejado para criar uma ligação entre a entrada da cidade, pela Avenida Prestes Maia, e a região central, dando acesso pela Avenida Moraes Sales.
Miguel Vicente Cury por duas vezes foi prefeito de Campinas, de 1948 a 1951 e de 1960 a 1963. Em maio de 1951, último ano de seu primeiro mandato, renunciou ao cargo para se candidatar a vereador. Foi eleito para a legislatura de 1952 a 1955.