Você costuma olhar o pôr do sol? Reparei esses dias que tenho prestado mais atenção nos dias indo embora e na chegada do anoitecer. E me dei conta que, por 20 anos, enquanto trabalhei num banco e numa redação, eu tinha poucas oportunidades de me despedir e apreciar o final do dia. Isso porque meu trabalho começava no início da tarde e terminava à noite, geralmente nem me dava conta que a noite chegava.
Talvez, por isso, tenho me impressionado tanto com esse espetáculo diário.
Em casa consigo ter a visão do sol nascendo, mas para me despedir do dia olhando o sol preciso estar em outros lugares. Recentemente tive a oportunidade de visitar o Observatório de Capricórnio, no Pico das Cabras, em Joaquim Egídio, só para apreciar o pôr do sol. Foi emocionante sentar em uma das grandes pedras, em meio a muito verde e ficar contemplando esse espetáculo.
E, por falar em espetáculo, fiquei surpresa ao ver o sol se despedindo e todo mundo aplaudindo. Achei tão bonito, tão profundo, e agradeci a oportunidade de estar presente naquele momento.
Resolvi escrever sobre este tema após passar pela entrada da Unicamp (na correria do dia) e ver muitas pessoas sentadas em um gramado se despedindo do dia, olhando o sol ir embora. E já a coloquei na minha lista dos lugares que quero ir para ver o sol se pôr.
Natureza como remédio
Conversando com o médico Werther Busato, @clinica.vitality.campinas que, entre outras coisas, se especializou na medicina estilo de vida, descobri por que tirar esses momentos de pausa e contemplação pode fazer tão bem para a gente, e quis dividir com vocês.
Ele me contou que estudos recentes realizados em Havard estão indicando que as pessoas tenham mais contato com a natureza como “remédio”. Vale visitar um parque, sentar em uma praça, apreciar os jardins ou parar em algum lugar só para olhar o nascer ou pôr do sol.
Os estudos confirmaram que o contato com a natureza traz muitos benefícios para a saúde e para a longevidade. Dentre eles, reduz o nível do cortisol (hormônio associado ao stress), ajuda a reduzir a pressão arterial, a frequência cardíaca, os processos inflamatórios. Além disso, eleva a capacidade de defesa do corpo, a concentração, a criatividade e o funcionamento cognitivo.
Em diversos países o contato mais próximo com a natureza se tornou prescrição médica. Na Escócia, os médicos podem receitar observação de pássaros e caminhadas na praia para tratar doenças psiquiátricas, cardíacas e diabetes. No Japão, o tratamento recebeu o nome de banho de floresta, e na Coreia do Sul o governo estabeleceu florestas curativas para tratar os cidadãos estressados.
Olhando o arquivo de fotos do meu celular, percebi que ando fotografando os mais diferentes pores do sol. E quero fazer um convite para vocês enviarem fotos para nós no e-mail katiacamargo@horacampinas.com.br contando também os locais onde conseguem contemplar o pôr do sol. Vou tentar me programar para conhecer outros lugares para contemplar o sol e a natureza.
Kátia Camargo é jornalista e nem sempre consegue parar e olhar o pôr do sol como gostaria e escreveu este texto ao som de O Sol, de Vitor Kley.
