Após uma rápida entrevista por e-mail, o Hora Campinas ajudou a divulgar a campanha favorável à instalação dos gradis ao redor do Centro de Convivência Cultural de Campinas, apresentando também a atual situação em relação à Justiça e ao Condephaat (https://horacampinas.com.br/abaixo-assinado-defende-permanencia-de-gradis-no-centro-de-convivencia/).
A visibilidade propiciada pela matéria foi fundamental para aumentar o engajamento nas redes. Mas também trouxe vários questionamentos, e minha surpresa foi dupla, primeiramente ao avançar a crítica infundada de que haverá o cerceamento do acesso da população ao espaço. Outra foi uma questão gramatical, apontando erro onde não existe.
Ousaram afirmar nas redes sociais que o autor da frase – no caso, eu – era ignorante por escrever gradis em vez de grades. Não era de grades que se falava, mas de gradil, cujo plural continua sendo gradis.
Ninguém é obrigado a conhecer todas as palavras de nosso rico idioma, mas uma consulta ao dicionário seria o primeiro passo antes de formular um questionamento. Outros usuários da rede alertaram a estapafúrdia intervenção, mas, como só acontece nesses meios cibernéticos, a desculpa, quando existe, é tímida e bem menos intensa do que a ofensiva original. Ou apresentam o argumento de que pouco importa o erro, pois o objetivo era a manifestação contrária aos gradis (ou grades, como queiram).
A esquerda e os movimentos progressistas fazem inúmeros questionamentos críticos e válidos à gestão municipal, mas errou ao elencar a colocação de gradis no Centro de Convivência como um deles. E não se trata de preconceito linguístico, mas quem adentra o meio escrito de comunicação precisa saber que há regras para que não se perca em falsos equivalentes ou incompreensão da mensagem.
O abaixo-assinado está chegando a 300 assinaturas, o que é um número importante, haja vista que foi feito por iniciativa de abnegados, sem o uso de impulsionadores de engajamento pagos.
Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp, membro da Academia de Letras de Lorena, da Academia Campineira de Letras e Artes, da Academia Campinense de Letras e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.











