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Home Opinião

Artigo: Balzac Apaixonado – por Lucius de Mello

Redação Por Redação
13 de junho de 2025
em Opinião
Tempo de leitura: 3 mins
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Artigo: Balzac Apaixonado – por Lucius de Mello

Imagem: Gerada por IA

All is true, escreve o realista Honoré de Balzac, parodiando Shakespeare, na epígrafe das primeiras edições de O pai Goriot, romance no qual, segundo muitos balzaquistas, o escritor francês cria o seu “Rei Lear” parisiense. Porém, as alusões ao dramaturgo inglês extrapolam a ficção. Na vida real, Balzac vive um amor tão e até mais arriscado que o de Romeu e Julieta. Se torna amante de uma leitora ucraniana casada e, com ela, se aventura num relacionamento clandestino embaixo do nariz do marido da amada: um rico e poderoso barão da aristocracia russa. Até no castelo no qual o adversário morava com a mulher e os filhos, Balzac se hospeda sem que o esposo traído suspeitasse de nada.

Não estamos diante de mais um caso de amor extraconjugal, tema recorrente em A Comédia Humana. Muito pelo contrário. Considerando-se os relatos de Balzac, citados na biografia escrita por Stefan Zweig, trata-se de uma história intensa, repleta de juras de amor, comuns a do jovem casal da tragédia shakespeariana: “[…] a única mulher que para mim existe no mundo […] estou inebriado pelo teu aroma suavíssimo, e, se te houvesse possuído mil vezes, ver-me-ias ainda mais inebriado […] oh! os anjos nos Paraíso não são tao felizes quanto eu ontem o fui”, escreve o romancista emprestando a voz de Romeu.

 

Honoré de Balzac (1799-1850) e Madame Hanska (1801-1882), nascida Ewelina Rzewuska, também chamada e Eve Hanska, viveram um dos romances epistolares mais longos e famosos da História da Literatura. Balzac escreveu quatrocentas cartas à amada durante dezoito anos.

 

Numa época na qual as estradas de ferro ainda não existiam em grande parte da Europa e do Oriente, o casal trocou textos sigilosos e envelopados que passavam meses viajando em trenós e carruagens, entre as montanhas geladas da França e da Ucrânia, até chegarem ao destino.

As cartas de amor escritas por Balzac foram organizadas e publicadas em dois volumes nomeados Cartas à Estrangeira ( Lettres à l’Étrangère). Aliás, “A Estrangeira – A Desconhecida” foi o codinome usado por Eve Hanska nas primeiras mensagens que escreveu ao romancista. Segundo Stefan Zweig, Eve precisava do anonimato porque era casada com o barão russo-polonês Venceslau de Hanski, quase vinte e cinco anos mais velho que ela.

 

Em 28 de fevereiro de 1832, Balzac recebeu a carta inicial.

 

Eve se apresentava como leitora dos romances dele, o elogiava e fazia críticas ao livro Fisiologia do Casamento, obra misógina que aponta as mulheres como as maiores culpadas por todo insucesso matrimonial. Importante explicar que os Hanskis assinavam os jornais estrangeiros permitidos pela censura russa, principalmente, a folha conservadora de Paris, “Quotidienne”, e todas as revistas literárias da França. O livreiro também lhes remetia, regularmente, as obras recém-editadas mais importantes.

Antes de receber a quarta carta de Eve, Balzac já se declara apaixonado: “Amo-a, Desconhecida!” A misteriosa leitora demora para revelar o seu nome. “Por amor de Deus, diga-me o seu verdadeiro nome!, pede Balzac nas mensagens. Medo que logo é aniquilado pela paixão. Mesmo casada, Eve convence o marido a fazer viagens de férias com a família à Suíça para conseguir se encontrar com o amante. O casal se conhece, pessoalmente, na cidade de Neuchâtel. Houve outros encontros em Genève e aquele que fez Balzac viajar de carruagem, durante meses, da França até a Ucrânia e se hospedar no castelo do ingênuo barão Venceslau de Hanski.

 

Só depois que fica viúva, madame Hanska decide se casar com Balzac, se mudar para a capital francesa e, finalmente, pôr um ponto final nos longos dezoito anos daquele romance epistolar. Porém, o seu Romeu, já gorducho, cinquentão e doente parecia mesmo destinado a ter um destino trágico no amor.

 

Cinco meses após o casamento, realizado numa capela na cidade ucraniana de Berditchew, Honoré de Balzac morre em Paris, segundo os médicos da época, vítima de problemas no coração.

Será que em algum lugar do mundo ainda tem apaixonado(a) que escreve ou recebe cartas de amor? Os romances epistolares, realmente, foram extintos pelos aplicativos de relacionamentos? Na ficção de Balzac eles mantêm-se pulsantes.

 

Lucius de Mello é doutor em Letras pela USP e Sorbonne Université-Paris. Autor da tese A Bíblia segundo Balzac: Deus, o Diabo e os heróis bíblicos em A Comédia Humana. Jornalista, escritor e finalista do Prêmio Jabuti em 2003.

 

Tags: ArtigoBalzacHora CampinasliteraturaMemóriaOpiniãoromance
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