Ao chegar o mês de dezembro, nossos olhos ficam extasiados com o cenário iluminado das cidades. Luzes de vários matizes alojam-se nas árvores de praças públicas ou de jardins das casas. As sacadas dos prédios, fachadas de casas emolduram-se com luzinhas, pisca-pisca, enfeites coloridos nas mais variadas formas e cores, a encantar os olhos de crianças, de adultos e idosos. As decorações natalinas, com brilhos e iluminação, invadem as lojas, os shoppings centers, os restaurantes… As ruas assumem um aspecto mágico e encantador pelas decorações natalinas. O Papai-Noel acena com promessa de felicidade… que pode transformar-se em frustração.
Na ceia natalina, velas são acesas e reunimos a família. Aos cristãos, as luzes e velas de Natal simbolizam a iluminação trazida ao mundo pelo nascimento de Jesus, expressam a alegria da chegada do Menino-Deus e a esperança de paz aos homens de boa vontade.
Mas, neste dezembro de 2023, o mundo vive a incerteza da paz, a dor da perda nos bombardeios das guerras que se prolongam a ceifar vidas de pessoas de todas as idades e a deixar tantas crianças órfãs… Para elas as luzes apenas advêm dos ataques, dos incêndios… e mais do que nunca o amor e a fé farão a diferença na reconstrução de sonhos e na retomada da esperança.
Enquanto enfeitamos nossos lares com brilhos, há sentimentos de vazio e tristeza em tantas pessoas, há falta de luz, há ausência de alimentação e teto, há melancolia e escuridão em muitos corações.
Nessa época, em que o Deus-Menino visita a humanidade, cumprindo a promessa de salvação para o mundo, levemos luzes e amor às pessoas que se entristecem e sofrem. Podem estar tão próximas de nós!
Temos a missão, mesmo que seja em pequenos gestos, de conseguir levar um pouco de luz, de amor, de esperança aos que sofrem a pobreza e a escuridão para dissipar as trevas de seus corações e daí poderemos desejar “Feliz Natal”.
Ana Maria Melo Negrão é escritora, pesquisadora e historiadora. Ocupa a cadeira número 8 da Academia Campinense de Letras (ACL), onde é vice-presidente