A grande vencedora nas eleições para a Câmara Municipal de Campinas foi Mariana Conti, do PSOL, que continuou sendo a mais votada, aumentando em quase 3,5 mil votos sua base eleitoral no município, saindo de 10.886 votos em 2020 para 14.356 votos nesta eleição, um expressivo aumento de 32%. A vereadora já havia obtido expressiva votação em 2022 quando se candidatou a Deputada Estadual.
Além disso, quase todos os demais vereadores reeleitos – 19, além de Mariana Conti – receberam mais votos agora do que há quatro anos, que vão de mil a 6 mil a mais.
Apenas dois vereadores reeleitos receberam menos votos do que em 2020, e um deles manteve praticamente a mesma votação, com variação de apenas 7 votos.
O exercício da Presidência da Câmara foi fator significativo para a flutuação dos votos. O atual presidente Rossini (Republicanos) mais que dobrou sua base eleitoral, aumentada em 3,5 mil votos, enquanto que o presidente que o antecedeu, Zé Carlos, do PSB, devido provavelmente aos escândalos e abertura de CPI que o afastaram do cargo, foi um dos dois que tiveram menos votos em 2024 em relação ao pleito anterior.
A bancada feminina passa a contar com 5 vereadoras que, conjuntamente, foram eleitas com uma média de 7,7 mil votos, enquanto os restantes 28 vereadores tiveram uma média de 6,3 mil por eleito.
A força das mulheres no parlamento municipal passa a ser inequívoca. Os valores aqui apresentados foram obtidos do TSE e não levam em consideração os votos na legenda, em que o eleitor não opta por um candidato, mas, sim, pelo partido que melhor o representa.
A boa taxa de reeleição (70%) e o aumento da votação da maioria dos eleitos mostram que o eleitor valorizou o trabalho dos vereadores que realmente tiveram atividades para além de seus gabinetes. Os que ficaram de fora são suplentes e podem até assumir o mandato caso haja renúncia ou ocupação de outro cargo ou função por parte dos titulares. A composição do secretariado para um novo mandato do prefeito Dário Saadi, reeleito, ainda que a candidatura esteja sub judice, pode alterar essa composição.
Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp, membro da Academia de Letras de Lorena, da Academia Campineira de Letras e Artes e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.