Em uma tarde de férias no mês de julho, uma garota estava em busca de novas vivências até que conheceu o “Feverestival” (Festival Internacional de Teatro de Campinas), que tem como objetivo promover encontros teatrais, ações pedagógicas e redes de afeto.
No ano de 2022, o ‘Feverestival’ ofereceu uma oficina que consistia na interação entre um ouvinte e um surdo, onde ambos teriam que encontrar formas de se comunicar (mesmo que o ouvinte não soubesse Libras). Para essa garotinha (no caso, eu), foi um imenso desafio. O sentimento de culpa também a acompanhou. Assim, alguns meses depois, ela iniciou um curso básico de Libras, mas essa questão permaneceu em seu pensamento por anos e ainda persiste até hoje.
Com isso, há pontos importantes a serem questionados, como por exemplo: quantos colegas surdos você tem na sua sala de aula? Quantas pessoas que trabalham com você são surdas? E quantas das pessoas que você é fã são surdas?
Agora pense em um caso de urgência ou emergência. Quantos profissionais da saúde conseguiriam se comunicar com não ouvintes? Isto, considerando que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “5% da população brasileira é composta por pessoas surdas, ou seja, essa porcentagem corresponde a mais de 10 milhões de cidadãos”.
Importante frisar que Libras não é uma matéria obrigatória em cursos da área da saúde, o que pode gerar muitos problemas e desafios.

Cito a seguir alguns ambientes que não são capacitados para receber uma pessoa surda, dentre eles: hospitais, escolas, mercados, etc. E a questão é: até quando?
Uma vez ouvi a seguinte comparação: imagine um lugar que tenha apenas rampas para cadeirantes, que venda somente carros adaptados, que só tenha piso tátil. Como você se sentiria ao estar em um mundo que não foi pensado para te receber e atender suas necessidades? Como resolveria os seus afazeres? E sua saúde mental, estaria boa?
Gostaria muito de finalizar esse texto com um depoimento de quem sente isso na pele, mas infelizmente não obtive sucesso. Escrevo isso, pois, se você passa por essas questões ou conhece alguém que passa, não deixe de compartilhar conosco.
Deixo aqui minha rede social; ficaria muito feliz em conhecer a sua história! Meu Instagram: @liviacampossilva
Agradeço a você, leitor, que acompanhou até aqui. Te espero no próximo texto ou conversa!

Lívia Campos Silva, 19 anos, é de Campinas, mas após conquistar uma vaga em Terapia Ocupacional em uma universidade pública, se mudou para Marília, interior de São Paulo. A jovem participou da Academia Educar presencialmente em Campinas e acredita que, para mudar o mundo, é preciso exercer o respeito ao próximo.











