Operação Estiagem 2024 termina oficialmente na próxima terça-feira (15) e os números parciais indicam que a temporada supera – e muito – o balanço de 2023. De maio a setembro de 2024 foram captados 885 focos de incêndio em Campinas por meio de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contra 109 do ano passado, ou seja, 712% a mais no comparativo. Na próxima quarta-feira (16), começam os preparativos para a Operação Verão 2024/2025.
O balanço apresentado pela Defesa Civil na manhã desta sexta-feira (11) indica ainda que o Corpo de Bombeiros informou que, no mesmo período, o número de focos de incêndio chegou a 930, segundo os registros da corporação. No ano passado foram 259 incêndios, um aumento de quase 260%.
O coordenador regional e diretor do Departamento de Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, confirmou que 2024 foi um ano atípico em relação ao clima extremo de calor e tempo seco e ao aumento do número de incêndios.
“Foi um ano muito difícil no Brasil e no Estado, pois nós tivemos um calor excessivo e uma outra grande preocupação foram os incêndios criminosos. Este foi um fator que nos causou muita preocupação e muito transtorno para toda a cidade e região e no Estado de São Paulo”, disse o diretor.
No período da operação, houve quase tudo relacionado ao clima. Foram emitidos boletins de baixa Umidade Relativa do Ar (URA), de frio intenso e de altas temperaturas. Campinas entrou em estado de alerta para a baixa umidade por três vezes somente no mês de outubro, nos dias 2 (15,5%), 6 (17,5%) e 7 (17,1%) de outubro. O estado de alerta para tempo seco é uma situação emitida quando as condições climáticas favorecem a baixa umidade do ar e podem aumentar os riscos de incêndios florestais, problemas respiratórios e desidratação.
Mata de Santa Genebra
A Mata de Santa Genebra, unidade de conservação localizada em Barão Geraldo, que possui 251 hectares e é considerada a maior floresta urbana da Região Metropolitana de Campinas, passou neste período de estiagem sem nenhuma ocorrência de incêndio.
“Acredito que foi importante e ajudou muito a parceria da Mata de Santa Genebra com a Defesa Civil de Campinas, de Paulínia, a Usina Ester (empresa vizinha da Mata, que conta com o trabalho de brigadistas e de monitoramento por 24h). Também intensificamos as rondas na região com a nossa equipe de brigada, todos os dias da semana, inclusive fins de semana e feriados”, disse a bióloga da Mata de Santa Genebra, Laís Santos de Assis.
A Mata possui uma brigada própria que trabalha na prevenção e no combate a incêndio. Assim como ocorreu com os parques estaduais, a Fundação José Pedro de Oliveira, gestora da Mata, fechou parcialmente para a visitação, entre setembro e outubro, devido ao crescente risco de incêndios florestais que ocorreram durante o período de calor extremo e tempo seco. A medida assegurou a disponibilidade da equipe de técnicos e brigadistas na unidade de conservação para atuação em caso de ocorrências na Mata de Santa Genebra e sua Zona de Amortecimento.