A grande vitória da Ponte Preta por 3 a 0 sobre o Amazonas, conquistada na última segunda-feira (6), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, serviu para acabar com um incômodo jejum (de cinco jogos) que vinha desde a primeira fase do Campeonato Paulista e ajudou a amenizar o conturbado momento da equipe, provocado não apenas pelos maus resultados recentes, mas também pela crise envolvendo o centroavante Jeh.
Na coletiva pós-jogo, o técnico pontepretano João Brigatti falou pela primeira vez, publicamente, a respeito da situação do artilheiro da Macaca, que pediu para não ser relacionado na estreia contra o Coritiba, após uma negociação frustrada com o Santos, e teve um retorno nada positivo no jogo seguinte contra o Goiás.
Ele desperdiçou um pênalti e acabou substituído pelo treinador com menos de 30 minutos de jogo, logo após uma entrada dura no goleiro, que resultou em um cartão amarelo. Na ocasião, o treinador deixou o estádio da Serrinha, em Goiânia, sem conceder entrevista após a partida, portanto sem esclarecer o motivo específico pelo qual sacou o jogador de campo antes mesmo do intervalo. Desta vez, no entanto, ele não fugiu das explicações.
“O Jeh não iria jogar contra o Goiás, só entrou por conta da febre do Gabriel Novaes, e também não estava na relação de batedores, mas quis bater e a gente até entende. Ele não sairia por causa disso, conversamos no intervalo. Mas o que chamou a atenção foi o ato seguinte, um descontrole com o cartão amarelo, e aí poderia ser expulso”, justificou Brigatti
O treinador da Macaca também aproveitou para explicar, de forma curta e direta, a ausência do atacante entre os relacionados para o duelo contra o Amazonas: “Ele não jogou por causa de uma tendinite no joelho”.
“A Ponte precisa do Jeh e ele precisa da Ponte também. Pode ter certeza que contamos com ele e peço à torcida que tenha carinho com ele, pois ainda será muito útil ao time”, disse Brigatti.
“Queria dar parabéns ao elenco. Foi uma semana difícil e o ambiente ficou pesado depois da derrota para o Goiás, mas conversamos com o elenco e passamos que podemos ser um time forte no Majestoso. Trocamos de sistema e estamos buscando equilíbrio e identidade. Fizemos um primeiro tempo muito bom e conquistamos uma vitória convincente. Estamos felizes com isso”, celebrou João Brigatti.
“Nossa torcida e nossa diretoria são exigentes, e têm de ser assim mesmo. Os atletas sabem que poderiam dar um pouco mais, principalmente no fator emocional. Conversamos e treinamos muito em cima do jogo com o Amazonas. Passamos que nosso time tem condição de buscar os resultados positivos e criar condição para a Ponte ser vencedora. Fomos um time determinado, que propôs o jogo e saiu aplaudido. Queremos coisas boas no campeonato, mas tudo depende de processos, e os processos às vezes são mais lentos no início de campeonato”, ponderou Brigatti.
O comandante pontepretano destacou em especial o atacante Gabriel Novaes, autor de dois belos gols na vitória sobre o Amazonas, além de um terceiro que acabou anulado, todos no primeiro tempo do duelo no Majestoso. Na etapa final, o meia Dodô saiu do banco de reservas para definir o placar de 3 a 0.
Contratado no início desta temporada, Gabriel Novaes já marcou três gols em seis jogos com a camisa alvinegra. Ele também balançou as redes no empate em 1 a 1 com o Novorizontino no Majestoso, pela primeira fase do Campeonato Paulista.
“Ninguém começa na base do São Paulo e vai para o Barcelona B à toa. É um atleta com muitas qualidades, alguns problemas extracampo que a gente tenta ajudá-lo, coisas de família, mas uma pessoa sensacional que comprou nossa ideia e vem numa crescente muito grande. Teve uma febre antes do jogo contra o Goiás e agora se destacou. É um artilheiro nato e a gente tem que saber explorar as situações em campo”, enalteceu Brigatti.