A Prefeitura de Campinas anunciou na tarde desta terça-feira (24) um sistema de denúncia de assédio sexual nos ônibus do transporte público.
Por meio de um aplicativo elaborado pela Secretaria de Transportes – e que poderá ser baixado no celular já a partir desta terça, a mulher – ou uma pessoa que testemunhe um caso de assédio – poderá avisar a Guarda Municipal com o acionamento de um botão.
A GM vai identificar a localização do celular e enviar a viatura mais próxima para fazer a interceptação do ônibus e a detenção do assediador.
O prefeito Dário Saadi disse que o aplicativo é de grande importância na luta de combate à violência contra a mulher. “É vergonhoso que uma coisa como o assédio nos ônibus ainda aconteça e é por isso que precisamos tomar providências”, afirmou o prefeito.
De acordo com a diretora da Emdec, Mariana Savedra, as denúncia terão caráter de confidencialidade, justamente para proteger a mulher de eventuais represálias. Segundo ela, o aplicativo roda nos sistemas Android quanto no IOS e é semelhante ao botão do Pânico, que hoje já auxilia mulheres vítimas de violência doméstica.

De acordo com a comandante da Guarda Municipal, Maria de Lourdes Soares; o alerta vai chegar à Central da GM, que identifica a localização do celular e aciona a viatura que deverá iniciar o processo de abordagem.
“Esse sistema vai tornar o sistema de transporte público em Campinas menos inóspito. Porque é isso que as mulheres dizem a respeito do sistema: que ele é inóspito para a mulher”, afirma a comandante.
De acordo com o secretário de Transportes, Vinicius Riverete, são entre 20 e 30 casos notificados por ano na cidade, mas segundo ele, o número é subnotificado. “Nesta semana semana tivemos três casos, mas na semana passada não tivemos nenhum. Mas acreditamos que isso acontece porque as pessoas não tinham mesmo onde denunciar. Ou então, ficavam constrangidas de denunciar”, avalia o secretário.
“Os casos de assédio em ônibus em Campinas e no Brasil são extremamente subnotificados. Primeiro porque não há meios para isso e , depois, porque, muitas vezes, a mulher não denuncia por se sentir envergonhada. Além disso, ainda tem o medo de também sofrer algum outro tipo de violência por parte do assediador”, concluiu o prefeito.