Com a confirmação de mais dois casos, que evoluíram para a cura, Campinas soma em 2024 cinco ocorrências de febre maculosa, uma delas com óbito da vítima. Os novos casos, de acordo com a Secretaria de Saúde, ocorreram no mês de agosto e são de moradores do município que passaram por áreas de chácara e fazenda.
O ano passado foi o mais letal da doença no município, com o registro sete óbitos e outros 20 casos, 17 deles com transmissão na cidade.
Neste ano, a única morte pela doença foi anunciada em maio, de um jovem de 24 anos que frequentou a lagoa do Parque Botânico Amador Aguiar, na região Sul do município. No mês seguinte, mais um caso que evoluiu para cura foi confirmado.
Os novos registros de maculosa são de um homem de 56 anos, residente na área de abrangência do CS Carvalho de Moura. O local provável de infecção é uma chácara localizada nas proximidades do Rio Capivari. A outra vítima, também do sexo masculino, de 64 anos, teve como local provável de infecção uma fazenda localizada no distrito de Sousas.
A doença
A febre maculosa é uma doença grave, com alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela infectado com esta bactéria. Na fase jovem, ele pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequenta áreas com vegetação, especialmente onde há cavalos, capivaras e outros animais silvestres.
Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça e dor no corpo, com piora progressiva, e surgem de dois a 14 dias após a picada do carrapato infectado, podendo ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose, gripe e covid-19.
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado logo nos primeiros dias de sintomas para evitar agravamento e possível óbito.
É importante evitar contato direto com vegetação, principalmente perto de rios, córregos e lagoas, utilizar roupas e calçados que cubram o corpo e ficar atento para retirar rapidamente eventuais carrapatos aderidos à roupa e ao corpo.
Caso a pessoa apresente febre entre dois a 14 dias após frequentar áreas verdes, deve procurar imediatamente um serviço de saúde e informar que esteve em local onde o carrapato-estrela pode estar presente.
Dez dicas para evitar a doença
O carrapato-estrela é encontrado naturalmente em gramados e matas, em especial nas áreas próximas a rios, lagos e lagoas.
Se estiver contaminado, pode transmitir a bactéria que causa a febre maculosa. Quem visita, trabalha ou mora em área de risco para febre maculosa – próximo a matas, rios e parques com áreas verdes – pode seguir as seguintes medidas de prevenção:
– Evite caminhar, sentar e deitar na grama e nos locais com acúmulo de folhas secas caídas. Os carrapatos se concentram em áreas de sombra;
– Evite se aproximar de rios, lagos, lagoas e dos animais presentes no local;
– Faça piquenique, comemoração, ensaio fotográfico e atividade física nas áreas pavimentadas;
– Use roupas claras, observe o corpo e as roupas. Se algum carrapato chegar até você será mais fácil enxergar;
– Use repelente com eficiência comprovada contra carrapatos. Passe na pele exposta, sapato e roupa;
– Vistorie o corpo e roupas em busca de carrapatos;
– Encontrou um carrapato? Retire com cuidado, sem esmagar, de preferência usando uma pinça e lave o local com água e sabão;
– Em casa, tome banho quente e use bucha vegetal fazendo movimento circular. Se tiver algum carrapato na pele, a bucha ajuda a retirar;
– Ao visitar áreas verdes e parques da nossa cidade, respeite as orientações das placas de informação;
– O carrapato de cachorro não é da mesma espécie do carrapato-estrela. Porém, se o seu pet frequenta área de risco, ele pode ser infestado pelo carrapato-estrela e levá-lo para casa.