Diferentemente do adulto, para o qual a adoção de hábitos saudáveis e a não exposição a agentes cancerígenos (radiação, substâncias químicas, poluição) diminuem o risco de desenvolvimento do câncer, os tumores infantis raramente são ligados a estilo de vida e fatores ambientais. Dessa forma, não há como prevenir a doença, mas sim detectá-la em seus estágios iniciais para aumentar as chances de cura. O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, celebrado em 23 de novembro, tem o objetivo de orientar sobre a importância do diagnóstico precoce.
Quando identificados no início e tratados em centros médicos especializados em oncologia pediátrica, os tumores apresentam, no Brasil, taxa de cura de 70%, média alcançada pelo Hospital do GRAACC, referência no tratamento do câncer infantojuvenil. Em algumas neoplasias, como o tumor de Wilms (renal) e o retinoblastoma (ocular), esse índice pode ultrapassar 90%.
“Quanto mais cedo a doença for descoberta e o tratamento iniciado, maiores são as chances de alcançarmos bons resultados. Em seu estágio inicial, o tumor se encontra no local de origem, ou seja, não se espalhou para outros órgãos ou tecidos”, explica a médica Monica Cypriano, diretora clínica do Hospital do GRAACC. A oncologista pediátrica lembra que as neoplasias infantojuvenis respondem melhor à quimioterapia convencional do que as do adulto, e a recuperação é mais rápida.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que, no triênio 2023/2025, ocorrerão no Brasil, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade. Comumente, os tumores se desenvolvem por meio de mutações genéticas de células embrionárias, as quais podem se transformar em qualquer tipo de célula do corpo durante a gestação. Na fase de crescimento, essas células se replicam rapidamente, o que justifica a evolução rápida do câncer em crianças.
Sinais e sintomas do câncer infantil
Muitos sintomas das neoplasias infantis são semelhantes aos de doenças comuns da infância. Por isso, o olhar do especialista é essencial para evitar que os tumores passem despercebidos, assim como a conscientização dos pais e responsáveis, que devem observar atentamente a criança e buscar atendimento médico quando houver alguma suspeita. Além disso, são necessárias consultas periódicas de rotina ao pediatra, oftalmologista e dentista.
Conheça os principais sinais e sintomas:
♦ Febre persistente sem causa aparente e que não melhora com antibióticos ou medicamentos;
♦ Perda de peso recente ou manchas roxas na pele sem causa conhecida;
♦ Dor de cabeça matutina frequente;
♦ Convulsão sem febre;
♦ Fraqueza ou paralisia de um lado do rosto ou corpo;
♦ Gânglios aumentados (ínguas) por período superior a três semanas;
♦ Reflexo branco no olho ao tirar fotografia com flash;
♦ Inchaço em um dos olhos, olho torto ou estrabismo;
♦ Inchaço nas gengivas, amolecimento repentino dos dentes com perda dentária anormal para a idade;
♦ Falta de ar sem histórico de febre, asma ou alergia;
♦ Presença de sangue na urina;
♦ Aumento do tamanho de um ou dos dois testículos;
♦ Barriga inchada ou endurecida;
♦ Desenvolvimento puberal muito adiantado para a idade;
♦ Dor óssea persistente ou progressiva;
♦Dor ou inchaço nas articulações sem causa conhecida;
♦ Aparecimento de inchaço, nódulo, “bola” em alguma parte do corpo sem relação com trauma;
♦ Pressão alta.
Em mais de 30 anos de atividades, o Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que possibilita, além do diagnóstico e tratamento do câncer pediátrico, o desenvolvimento de ensino e pesquisa. Em 2023, o Hospital atendeu 3,6 mil pacientes de todo o País e realizou mais de 21 mil consultas, além de cerca de 3,3 mil procedimentos cirúrgicos, 21,3 mil sessões de quimio e radioterapia e 110 transplantes de medula óssea.











