Após o registro de dois novos casos de febre amarela no estado de São Paulo, um em Águas de Lindóia e outro em Serra Negra, confirmado nesta segunda-feira (29), o Ministério da Saúde emitiu um alerta pedindo que estados e municípios comuniquem casos suspeitos da doença com a maior agilidade possível – sobretudo em áreas onde há transmissão ativa do vírus.
Os dois casos mais recentes foram identificados em um homem de 50 anos, morador de Águas de Lindóia, que faleceu; e em outro, de 28 anos, no município de Serra Negra, que já está curado. Nos últimos seis meses, foram seis casos – os outros dois ocorreram em Roraima e no Amazonas.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, o morador de Serra Negra tinha sido vacinado contra a febre amarela. Ele foi tratado no Hospital de Clínicas da Unicamp.
Em nota, o Ministério de Saúde destacou que a agilidade da imunização é importante para que futuros surtos de febre amarela no país sejam evitados e para que ações de resposta sejam prontamente executadas caso haja necessidade.
O comunicado ressalta que a doença é facilmente evitável por meio de vacina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as idades. A cobertura vacinal contra a febre amarela no Brasil, entretanto, está abaixo do recomendado.
Áreas endêmicas
De acordo com o ministério, a febre amarela é classificada como endêmica apenas na região amazônica, mas, de tempos em tempos, o vírus reaparece em outras áreas. A maior parte dos casos ocorre entre dezembro e maio.
“Surtos ocorrem quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, como altas temperaturas, baixas coberturas vacinais e alta densidade de vetores e hospedeiros”, destacou a pasta.
A partir de 2014, o vírus reemergiu na Região Centro-Oeste e se espalhou, nos anos seguintes, para as demais regiões do país. Entre 2014 e 2023, foram registrados 2.304 casos de febre amarela em humanos e 790 mortes pela doença.
Recomendações
Entre as recomendações do ministério estão o alerta para que equipes de vigilância e de imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, com ampliação para municípios vizinhos; a notificação do adoecimento ou morte de macacos; e a atenção a sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.