Apoiadores da vereadora Mariana Conti (PSOL) e vereadores de direita protagonizaram um embate político na sessão da Câmara Municipal de Campinas na noite desta quarta-feira (8). A confusão evidenciou a guerra ideológica que tem marcado a polarização política entre esquerda e direita.
Os ativistas foram ao Legislativo para pressionar a Casa a não abrir a Comissão Processante (CP) contra a parlamentar, que participou recentemente de uma ação humanitária de tentativa de levar suprimentos para a Faixa de Gaza e acabou presa por militares israelenses.
Como pano de fundo deste duelo de narrativas, a guerra entre o grupo terrorista Hamas e a força militar de Israel. De um lado, os ativistas defendendo o direito da Palestina e dos palestinos a um Estado legítimo e a ter dignidade e comida. O grupo vê “genocídio” na ação israelense. De outro, parlamentares defendendo Israel sob o argumento do direito da defesa e de que o país está sob ataque dos terroristas do Hamas.

A leitura do rito de uma eventual CP, porém, só ocorrerá após o final da licença de Mariana, após 25 de outubro.
O pedido de abertura de CP foi protocolado pelo vereador Nelson Hossri (PSD), que acusa Mariana de violar o decoro parlamentar ao se afastar do cargo para participar da Flotilha Global Sumud, iniciativa humanitária que buscava romper o bloqueio israelense na Faixa de Gaza.
A denúncia aponta que o afastamento configuraria infração ao princípio da moralidade administrativa.
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No embate desta quarta-feira (8), os vereadores Nelson Hossri, Marcelo Silva e Vini Oliveira chegaram a segurar uma bandeira de Israel para contrapor o protesto.
Os ativistas gritavam “genocida”, acusando o governo israelense de praticar o extermínio do povo palestino. Os manifestantes que ocuparam as cadeiras destinadas ao público empunhavam cartazes e bandeiras do Movimento Sem-Terra (MST).