Se antes as pessoas pensavam em segurança apenas nos domínios da proteção física ou da estabilidade econômica, agora o conceito é muito mais abrangente, incluindo também a questão da privacidade digital e da cibersegurança.
Essa compreensão mais ampla reflete os desafios da sociedade moderna, onde proteger dados pessoais é tão vital quanto defender o bem-estar físico. Essa nova perspectiva é especialmente relevante quando se consideram as repercussões que o senso de segurança pode ter na saúde mental das pessoas. Hoje, mais do que nunca, investir em segurança é investir em saúde.
A ligação entre segurança e bem-estar
Há uma forte conexão entre a segurança e o bem-estar. Sentir-se seguro promove clareza mental e estabilidade emocional. Quando os indivíduos se sentem protegidos – seja em suas casas, relacionamentos ou online – eles têm menos probabilidade de experimentar os estressores crônicos que corroem o bem-estar mental.
Já a falta de segurança, por outro lado, desencadeia hipervigilância e paranoia, dificultando que as pessoas confiem umas nas outras ou relaxem. O peso psicológico disso se torna ainda maior nas interações digitais, onde ameaças à privacidade estão sempre presentes.
Segurança cibernética e saúde mental
Outro elemento que eleva a relação entre a cibersegurança e o bem-estar psíquico são os aplicativos de saúde mental, como diários virtuais ou ferramentas de gerenciamento de estresse. Embora esses programas possam fornecer um apoio importante para os usuários, eles também podem ser fonte de vulnerabilidades sem precedentes.
Coletando dados confidenciais do usuário, que variam de estados emocionais a notas detalhadas de sessões de terapia, esses aplicativos podem ser prejudiciais se não oferecerem um tratamento adequado a essas informações, podendo ir na contramão de seus propósitos iniciais e ter efeitos devastadores na confiança e na saúde mental dos usuários.
Saber que pensamentos ou dificuldades pessoais podem ser explorados ou expostos a estranhos gera um estado perpétuo de hiperconsciência, o que, segundo estudos, pode levar a níveis mais altos de estresse e função cognitiva reduzida. Essa “hipervigilância digital” pode fazer com que as pessoas hesitem em usar ferramentas projetadas para melhorar seu estado mental, ironicamente criando barreiras ao suporte de que precisam.
Protegendo seu bem-estar digital
Para cultivar uma sensação de segurança no âmbito digital, um passo fundamental é que os usuários adotem medidas proativas para proteger seus dados. Etapas simples como habilitar a autenticação multifatorial, atualizar senhas regularmente e revisar permissões de aplicativos podem reduzir significativamente os riscos. Além disso, estratégias como usar VPN (rede virtual privada) para criptografar os dados transmitidos pela internet pode ajudar a proteger as atividades online e adicionar outra camada de privacidade à navegação.
Ao utilizar aplicativos de saúde mental, é importante também prestar atenção a alguns detalhes. Deve-se privilegiar aqueles que sejam transparentes sobre suas políticas de dados e que cumpram padrões rígidos de privacidade, como os estabelecidos pelo LGPD. Essas ações não apenas protegem informações pessoais, mas também ajudam os usuários a se sentirem mais no controle de sua presença digital, promovendo uma sensação mais forte de segurança.
Do mesmo modo, é essencial que os usuários tomem consciência sobre seus direitos de privacidade. Muitos continuam desconhecendo como seus dados são coletados, compartilhados e monetizados pelos aplicativos. Essa falta de compreensão pode resultar em sentimentos de desamparo, o que impacta negativamente na saúde mental. A defesa e a educação em torno da privacidade digital podem empoderar os indivíduos, fazendo-os sentir mais controle sobre suas informações pessoais e, portanto, seu bem-estar.
Assim, para se ter uma experiência mais leve e saudável no espaço cibernético, é imperativo adotar medidas gerais de segurança, ganhar ciência sobre seus direitos e priorizar aplicativos que os respeitam.











