O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu uma investigação para analisar a conduta de um médico plantonista de Vinhedo, que foi gravado se recusando a tirar dúvidas da família de uma senhora de 70 anos, que morreu logo após dar entrada na Policlínica do bairro Capela.
O registro das imagens foi feito no último domingo (7) e mostra o médico dizendo a uma atendente que não teria o que conversar com a família pois a mulher “já chegou morta”. Além disso, na gravação o médico pede para fechar a porta do consultório para ele dormir.
De acordo com o Cremesp, “as apurações correm sob sigilo determinado por lei e seguem os prazos processuais previstos no Código de Processos Ético-Profissionais (CPEP) do Conselho Federal de Medicina (CFM). Qualquer posicionamento adicional por parte do Conselho pode resultar na nulidade do processo”.
O registro foi feito no último final de semana na policlínica do bairro Capela. Nas imagens, o profissional é procurado por uma familiar da idosa e responde: “ela está lá, morta. Ela já chegou morta. Fecha a porta pra mim, deixa eu dormir”.
O médico foi afastado do trabalho, inicialmente, por 60 dias, procedimento necessário enquanto durar o procedimento de apuração disciplinar, informou a Prefeitura. Já a enfermeira, que levou a filha da senhora até o consultório da unidade, também será alvo de apuração da administração.
Política na polícia
O caso ganhou repercussão e também colocou mais fogo em uma briga política que se arrasta desde o início do atual mandato do prefeito Dario Pacheco (PTB).
Nesta quarta-feira (10), o secretário municipal de Saúde Milton Aparecido Ribolli fez um boletim de ocorrência de difamação contra o vice-prefeito Edson Pereira, responsável em dar publicidade ao vídeo gravado pelos familiares na unidade de saúde.
No boletim, Ribolli afirmou que Edson estaria “distorcendo a situação, alegando perseguição à funcionária, prejudicando o PAD e causando comoção na rede municipal de saúde”. Segundo o secretário, o vice-prefeito possui restrições judiciais de acesso a Hospital e UBS.
Ainda no documento, a administração afirma que o vice-prefeito está “perseguindo médicos, motoristas de saúde e outros, divulgando vídeos políticos, difamando a administração”.
Ao Hora Campinas, Edson disse que não se assusta com as acusações, dentre “várias existentes”, desde que o político começou a divulgar situações que considera falha da atuam administração.
“Vou seguir nessa missão por uma cidade mais justa, onde o cidadão não conviva com situações como essa que flagramos no domingo”, disse. Edson rachou com a atual prefeito no início do mandato, “por não aceitar os rumos que o governo começou a seguir”.
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