O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai receber até 14 de agosto manifestações da sociedade sobre as diretrizes de preservação e os critérios para intervenções na área de entorno da Casa Grande e Tulha, da Antiga Chácara Paraíso das Campinas Velhas, em Campinas. O local foi residência do arquiteto e ex-prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos.
O órgão do governo federal abriu consulta pública para que a minuta da portaria referente ao processo passe por consulta pública antes de ser publicada no Diário Oficial da União e as novas regras entrem em vigor.
Para enviar comentários, dúvidas e sugestões, os interessados deverão acessar a documentação disponível para consulta.
No formulário digital da portaria, ao realizar contribuições, como alteração ou exclusão de conteúdo, deve-se incluir uma justificativa com até quinhentos caracteres. Segundo o Iphan, caso seja necessário acrescentar mais conteúdo às contribuições, pode ser utilizado o e-mail: consultapublica.norm@iphan.gov.br indicando o bem tombado, titulo, capítulo/seção e artigo.
Terminado o prazo para envio das contribuições para o aperfeiçoamento da proposta de regulamentação, o Iphan fará a análise e a consolidação das contribuições recebidas ao longo do processo de Consulta Pública, e publicará as respostas juntamente com o texto final da minuta de portaria.
Para consulta às manifestações técnicas, é possível acessar o Processo Administrativo nº 01450.000022/2019-52, no Sistema Eletrônico de Informação do Iphan (SEI)

Sobre a Casa Grande e Tulha
A Antiga Chácara das Campinas Velhas, que depois passou a se chamar Chácara Paraíso, com suas edificações, é parte de uma antiga propriedade rural, com origem numa das duas primeiras sesmarias concedidas pelo então governador da capitania de São Paulo, Conde de Sarzedas, em 1732.
Considerada a mais antiga fazenda de café na cidade, a grande propriedade foi herdada por Maria Felicíssima Miquelina de Abreu, do padre e seu padrinho de batismo, Manoel José Fernandes Pinto. Supõe-se que o construtor da Casa Grande tenha sido seu marido Joaquim José Soares de Carvalho.
Através dos anos a propriedade foi sendo divida entre seus herdeiros. Arlindo Joaquim de Lemos herdou parte da fazenda que passou a se chamar Chácara Paraíso e posteriormente adquiriu a parte denominada Chácara Proença. Em 1941, a Chácara Proença foi novamente dividida, cabendo por sorteio a antiga sede da fazenda à Arlindo de Lemos Jr., que a vendeu à família Hossri.

Em 1978, o arquiteto e ex-prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, adquiriu lote de 2.688,75 m² , com a Casa Grande e Tulha, situação a que foi reduzida a antiga fazenda.
O imóvel foi tombado em 1990 pelo Condepacc a pedido do proprietário. Em seus estudos de doutorado na FAU-USP, o arquiteto tomou esta propriedade como objeto de pesquisa e a partir dele produziu um dos mais importantes estudos sobre a evolução urbana do município. Antonio da Costa Santos viveu com sua família no local até tornar-se prefeito da cidade em 2001.
O imóvel é tombado também pelo Condephaat (Processo nº 24461/86 – Resolução nº 10 de 30/04/1986).
A arquitetura das edificações apresenta, até hoje, as características originais da época, com paredes em taipa de pilão. A importância da localidade e do monumento arquitetônico fez com que o local fosse considerado um sítio arqueológico totalmente preservado.
O bem recebeu o título definitivo de Patrimônio Cultural Brasileiro em 2021.











