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Home Colunistas

COP 30 e a relação da arte e natureza – por José Pedro Martins

José Pedro Martins Por José Pedro Martins
8 de outubro de 2025
em Colunistas
Tempo de leitura: 5 mins
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COP 30 e a relação da arte e natureza – por José Pedro Martins

Filme 'Margaret Mee e a Flor da Lua', de 2013. Foto: Reprodução

Muitos artistas, de múltiplas linguagens, participarão da COP 30, que começa daqui a um mês em Belém. A COP da Amazônia será um momento especial para a retomada da discussão sobre a relação entre arte e meio ambiente. No caso brasileiro, esta relação é antiga. Começa justamente quando a temática ambiental passa a ganhar força, nas décadas de 1960 e 1970.

Por exemplo, sempre que regressava de suas lendárias visitas à Amazônia, a artista botânica inglesa Margaret Mee denunciava, em plena ditadura militar, o avanço da destruição da floresta e as ameaças aos povos indígenas. No mesmo período de repressão e censura, o pintor nascido na Espanha e radicado no Brasil, Miguel Abellá, fundava o Movimento Arte e Pensamento Ecológico, que realizaria exposições e várias manifestações no centro de São Paulo contra a poluição em Cubatão e a destruição de Sete Quedas, entre outros crimes ambientais. De modo concomitante, e exatamente em agosto de 1978, a atriz Cacilda Lanuza concluía a elaboração de “Verde que te quero verde, ou O Globo da Morte”, peça que representou um marco na emergência das ideias ambientais no país.

Com coragem e espírito de vanguarda, a arte e os artistas estão presentes e atuantes desde a gênese e o florescimento do que pode ser classificado como um movimento ambiental ou ecológico no Brasil, sob a inspiração de fatos como o Maio de 1968 e a publicação de títulos como “Primavera Silenciosa”, por Rachel Carson, em 1962, e do relatório “Limites do Crescimento”, por grupo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1972, além da realização da primeira Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, também em 1972, em Estocolmo, na Suécia.

Através da pintura, da música, do cinema, do humor gráfico e outras linguagens, artistas brasileiros têm expressado sua preocupação com o agravamento do cenário socioambiental e muitos deles têm se engajado diretamente em causas associadas a essa temática. Não tem sido diferente no atual panorama da situação dramática, por exemplo, do desmatamento e queimadas na Amazônia, onde também ocorre uma escalada de ocupação das terras indígenas.

Em termos históricos, 1962 é um ano-chave, pela publicação de dois livros essenciais, “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, e “Nosso Entorno Sintético”, de Murray Bookchin. Especialista em zoologia e natural de Springdale, Pensilvania, Carson (1907-1964) fez várias pesquisas sobre os impactos do DDT no meio ambiente e na saúde humana, através de seu fluxo pela cadeia alimentar. O resultado foi “Primavera Silenciosa”, um grito de alerta sobre a destruição ambiental por mãos humanas.

 

Foto: Reprodução

 

Neste mesmo ano de 1962, Margaret Mee (1909-1988) fazia os primeiros alertas do que viu de destruição da natureza no Brasil. Formada em artes pela “St. Martin’s School of Art”, no “Centre School of Art”, e pela “Camberwell School of Art”, de Londres, a desenhista britânica tinha se radicado no Brasil a partir de 1952 e logo se apaixonou pela flora e fauna do seu novo país. Seriam várias expedições para registro em desenho da biodiversidade brasileira, em enorme contribuição para a ciência, e durante a segunda delas, em 1962, já documentou em seus diários a destruição das matas e os conflitos entre fazendeiros e povos indígenas que tinham suas terras ocupadas.

Margaret Mee continuou a documentar e denunciar a devastação do meio natural nas próximas viagens e como fruto de uma delas, entre 1972 e 1973, chegou a elaborar um relatório com os alertas e o encaminhou ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e à Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN).

“É marcante a devastação que presenciei no curto período de três semanas, durante minhas descidas e subidas e também no meu retorno até o fim do Paraná Sumaúma, onde vi um barco sem nome rebocando 15 árvores. Se o proprietário do barco vê estranhos se aproximando, desaparece em sua cabina e não volta mais”, escreveu a artista botânica, conforme registrou a edição de 19 de agosto de 1973 do “Jornal do Brasil”, na reportagem “Desmatamento já cria desertos no país”.

Quase ao mesmo tempo em que Margaret Mee fazia suas incursões pelo Brasil profundo e expunha suas inquietações com o processo de destruição da biodiversidade, outro artista plástico, o pintor nascido na Espanha Emilio Miguel Abellá, dava sua contribuição para despertar a consciência ambiental nos meios urbanos. Em setembro de 1973, ele circulou pelo centro da cidade de São Paulo com uma máscara contra gases. Era a denúncia da poluição atmosférica e este foi o ponto de partida do Movimento Arte e Pensamento Ecológico (MAPE), idealizado por Abellá e que emergiu em 1974.

O MAPE realizou “cruzadas ecológicas” em várias partes do Brasil, com a participação de diversos artistas. Uma delas aconteceu em Curitiba (PR), em 1977, com a presença de nomes como Aldemir Martins, Caulos, Juarez Machado e Luiz Retamozzo, que assinaram peças de temática ambiental impressas em outdoors espalhados pela capital paranaense.

O ideário do MAPE foi apresentado na revista “Pensamento Ecológico”, que reuniu a partir de 1978 trabalhos de vários artistas do movimento e na qual ficou nítida a influência do alemão Joseph Beuys (1921-1986). Um revolucionário nas artes plásticas, sempre questionando os formatos e plataformas tradicionais e inovando os meios de expressão, ele se aproximou do ecologismo e em 1982 provocou uma de suas tantas polêmicas com “7000 Oaks-City Forestation Instead of City Administration”, ou “7000 Eichen”, obra que inscreveu na Documenta de Kassel, uma das principais exposições de arte contemporânea do mundo. Ele convidou a população de Kassel a plantar 7 mil árvores e ao lado de cada uma delas foi colocada uma das rochas basálticas lapidadas que o artista havia encomendado. O plantio terminou em 1987, na Documenta 8, um ano e meio depois da morte de Beuys.

Ainda em 1978, primeiro ano de circulação da revista “Pensamento Ecológico”, a atriz e apresentadora de televisão Cacilda Lanuza concluía a peça “Verde que te quero verde, ou O Globo da Morte”, que apresentaria nos anos seguintes por todo país. Cacilda foi uma das primeiras atrizes brasileiras com engajamento total em questões socioambientais, como lembra Sergio Dialetachi, que coordenou várias campanhas pelo Greenpeace Brasil e outras organizações.

Cacilda, diz Dialetachi, “se transformou em uma espécie de porta-voz do movimento antinuclear brasileiro, tendo incluído o tema em algumas de suas peças teatrais como o ´O Globo da Morte`. Através do Grupo Seiva, ajudou a popularizar a tal da “questão ecológica” naqueles anos 70/80″, cita Dialetachi, ele mesmo um dos pioneiros do ambientalismo brasileiro e que sempre empregou ferramentas artísticas em suas iniciativas.

No mesmo ano de 1974, em que Miguel Abellá criava o Movimento Arte e Pensamento Ecológico, acontecia a primeira edição do Salão de Humor de Piracicaba, que logo seria internacional e hoje é um dos principais eventos do gênero no mundo. Os três trabalhos vencedores se tornaram antológicos, estando Laerte Coutinho, de São Paulo, em primeiro lugar e o cearense Hermógenes Magalhães, o Hermó, em segundo. Em terceiro lugar, uma charge do baiano Luiz Renato Bittencourt Silva, mostrando apenas uma árvore resistindo em meio ao avanço do desmatamento e servindo como abrigo aos pássaros sobreviventes. Estava claro que o Salão Internacional de Humor de Piracicaba se tornaria, também ele, um espaço para os desenhistas e chargistas mostrarem a sua inquietação com a destruição da natureza no Brasil.

Margaret Mee, Miguel Abellá e Cacilda Lanuza lançaram as sementes. Depois delas e dele, vários outros artistas ressignificaram a relação entre a arte e meio ambiente. Um evento como a COP 30 no Brasil já está e deve continuar sendo inspiração para novas criações unindo essas duas dimensões. O sentido de urgência é uma das forças da arte. Que ela continue despertando consciência diante da gravidade socioambiental que o Brasil e o planeta atravessam.

 

José Pedro Martins é jornalista, escritor e consultor de comunicação. Com premiações nacionais e internacionais, é um dos profissionais especializados em meio ambiente mais prestigiados do País. E-mail: josepmartins21@gmail.com

 

 

 

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