O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um mosaico curioso de nomes próprios entre os moradores de Campinas. Assim como no restante do país, os clássicos “Maria”, “José”, “Ana” e “João” seguem dominando o ranking, enquanto “Silva”, “Santos” e “Oliveira” lideram entre os sobrenomes. No entanto, a cidade também abriga um conjunto de nomes raros e peculiares, que chamam a atenção pela criatividade, inspiração ou singularidade.
O levantamento considera os nomes e sobrenomes de todos os moradores dos 90,7 milhões de domicílios do país, com base na lista de residentes em 1º de agosto de 2022. Para preservar o sigilo estatístico, o IBGE incluiu apenas nomes utilizados por pelo menos dez pessoas em cada município.
Segundo o estudo, Campinas registrou 315 nomes “raros”, ou seja, que atingiram o limite mínimo para aparecer na base de dados.
Entre eles, estão exemplos praticamente únicos, como Duane, Alif, Cinesio, Islane, Misleine e Marivania (cada um com 10 registros), o que representa apenas 0,00009% da população da cidade. Nomes ainda mais incomuns podem existir, mas não aparecem por estarem abaixo do limite.
Alguns nomes se destacam pela originalidade, lembrando substantivos ou termos do cotidiano, como “Gema” (11), “Sirene” (10), “Elite” (11), “Pedra” (14), “Natal” (63) e “Pilar” (10).
Há ainda nomes que remetem a personalidades conhecidas: Campinas registrou 11 “Belchior” como primeiro nome, sobrenome de Antônio Carlos Belchior, cantor cearense e um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira.
Apesar de nunca ter morado em Campinas, Belchior nutria um carinho especial pela cidade, onde se apresentou inúmeras vezes e até chegou a compor algumas de suas músicas.
E os nomes famosos seguem: “Napoleão” (13), “Mozart” (21), “Getúlio” (60), “Adele” (10), “Lenon” (14), “Yoko” (15), “Juscelino” (46) e “Elvis” (115) — este último, provavelmente inspirado no rei do rock, e não no ídolo da Ponte Preta, que só chegou à cidade no ano do levantamento.
Há ainda nomes que parecem ter surgido de erros de grafia: Anderdon, Alexabdre, Cladio, Grabiela, Mathues e Feenando, todos com dez registros. Em nota, o IBGE explicou que “eventuais erros de digitação dos nomes pelo recenseador podem ter ocorrido; contudo, como não é possível determinar se houve erro na coleta ou se o nome foi registrado corretamente, todos os nomes foram mantidos na base de dados”.
Também aparecem nomes com aparência estrangeira, como “Tayler” (10), “Bruce” (13), “Paul” (14), “Zoe” (37), “Jason” (36), “Frank” (62) e “Lady” (13).
Outras peculiaridades incluem registros que lembram expressões, como “Benvinda” (14) e “Natividade” (10), além de adjetivos convertidos em nomes, como “Imaculada” (37), “Diva” (209), “Juvenil” (28), “Morador” (178) e “Leonina” (14). Como comparação, o resto do Brasil todo registrou 2.331 “Benvindas” e 29.802 “Divas”, além de 2.045 “Natividades”. Ao todo, 4.166 pessoas carregam o nome “Morador”.
Seja por homenagem ou mera coincidência, o nome “Oziel” — mesmo do bairro periférico “Parque Oziel” — tem 57 registros em Campinas. “Osiel”, por sua vez, aparece 16 vezes.
Entre os nomes “diferentes” estão ainda Maurineuza (11), Giliarde (12), Balbina (13), Epaminondas (13), Domenica (13), Domenico (14), Izildinha (31), Lucicleide (33), Etelvina (43) e Guiomar (133). Há também abreviações carinhosas e populares, como Malu (63) e Zé (27).
Metodologia
O IBGE apresentou os nomes e sobrenomes mais frequentes identificados pelo Censo Demográfico 2022, considerando a lista de moradores em 1º de agosto de 2022. O levantamento abrangeu 203 milhões de pessoas em 5.570 municípios, com informações organizadas por sexo e período de nascimento. As variações de grafia foram tratadas de forma independente — ou seja, Luis e Luiz, Ian e Yan, Ana e Anna aparecem como nomes distintos.











