O Dia da Mentira, também conhecido como dia dos tolos, dos bobos, dia da gafe, teria surgido na França, no século XVI, mas não há provas contundentes. A teoria mais aceita pelos historiadores é a de que o Dia da Mentira ou “April Fools’ Day” (Dia dos Bobos de Abril), como é chamado nos países de língua inglesa, surgiu a partir de uma alteração no calendário usado na França, no Século XVI, época em que se utilizava o calendário Juliano, considerado ultrapassado.
Na segunda metade daquele século, o Ano Novo Francês era comemorado de 25 de março até 1º de abril. Porém, o rei Carlos IX, em 1563, propôs mudar o Ano Novo para 1º de janeiro. A alteração foi aprovada pelo Parlamento. Contudo, muitos se recusaram a seguir a nova data e mantiveram a celebração do Ano Novo no período de 25 de março a 1º de abril.
Essas pessoas viraram alvo de chacotas na sociedade da época e passaram a ser chamadas de tolos de abril. A hipótese é que a prática de tirar sarro, zombar das pessoas no dia 1º de abril se fortaleceu e se popularizou pelo mundo.
O dia 1º de abril, geralmente, costuma ser de brincadeiras inocentes e mentirinhas bobas. Mas na sociedade atual, em todos os dias do ano cada vez mais se proliferam as fake news, nome atualizado e americanizado para as notícias falsas. Mas de inocentes elas não têm nada e são capazes de arruinar reputações e até incentivar práticas perigosas à saúde.
O Hora Campinas consultou agências de checagem e selecionou 10 fake news que ganharam as redes sociais recentemente e foram desmentidas. Parte dessas notícias falsas propagadas aborda a vacina contra a Covid-19, buscando plantar o medo e desacreditar sua eficácia. Confira os temas:
♦ “Triplamente vacinados estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida em ritmo alarmante segundo dados do Governo do Reino Unido”
♦ “Pessoas com mais de 70 anos terão o título de eleitor cancelado”
♦ “Tem um estudo da Universidade da Columbia sobre o número de mortes atribuídas à vacina de Covid-19 que pode chegar a 400 mil pessoas nos Estados Unidos”
♦ “Vacinas transformarão as pessoas em antena de sinal 5G”
♦ “Imunidade Natural. Quem pegou a Covid-19 tem todos os anticorpos e não pega e nem passa a doença”
♦ “Testes da Pfizer: todas as mães injetadas perderam seus bebês ainda não nascidos”
♦ “CDC dos Estados Unidos registrou 12 mil mortes relacionadas às vacinas”
♦ “Criança morre em João Pessoa após tomar vacina”
♦ “Rainha Elizabeth testou positivo para Covid-19 e está tomando ivermectina”
♦ “Médica Maria Emilia Gadelha Serra diz que dados de internações de crianças por covid não existem e representantes de sociedades de pediatria, de imunizações e de infectologia estão mentindo”
A disseminação de desinformação e informações falsas também foi apontado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), como uma barreira na resposta à pandemia no Brasil. A conclusão está no relatório Explorando debates on-line da Covid-19 e a poluição de informações na América Latina e no Caribe, lançado na semana passada, apenas em inglês.
Segundo o relatório, 25,8% das informações falsas que circularam na região entre 1º de outubro de 2020 e 13 de fevereiro de 2021, em inglês e espanhol, são relacionadas às vacinas. O documento aponta que, apesar de não terem sido analisados conteúdos em português, 22% dos brasileiros foram expostos a informações poluídas sobre vacinas em outras línguas.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta sobre o desafio e a importância da vacinação infantil contra a Covid-19 para conter a pandemia. A nota técnica atribui às fake news a responsabilidade por causar insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar seus filhos.
Instituições de pesquisa como o Butantan e diversos cientistas brasileiros e de outros países já atestaram a segurança e eficácia da vacina contra a Covid-19 para o público infantil. Segundo a Fiocruz, os principais motivos para a hesitação em vacinar os filhos são o medo de reações adversas e a minimização da gravidade da doença em crianças.
*Com informações da Agência Brasil