O câncer de rim é um dos 13 tipos de câncer que mais acometem os brasileiros e que deve registrar em 2025 cerca de 12 mil casos. Por apresentar sintomas inespecíficos, perto de 15% dos diagnósticos da doença ocorrem de maneira incidental. Conscientizar a população sobre sinais, riscos e formas de prevenção é a missão da campanha Março Vermelho, que coincide com a celebração do Dia Mundial do Rim, nesta quinta-feira, em 13 de março – a data criada pela International Society of Nephrology (ISN) é comemorada anualmente na segunda quinta-feira do mês.
Os tumores que afetam os rins geralmente são silenciosos em seus estágios iniciais, quando a doença apresenta melhores chances de cura. Se originam nas células dos rins, órgãos responsáveis por filtrar o sangue e eliminar toxinas.
Tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, histórico familiar e exposição a substâncias químicas tóxicas são os principais causadores do câncer de rim. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, e confirmado por biópsia.
“Nos estágios iniciais, o câncer de rim pode não apresentar sintomas. Em fases mais avançadas, os sinais podem incluir sangue na urina (hematúria), dor lombar persistente, massa abdominal palpável, fadiga e perda de peso inexplicável”, detalha o oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas (COC).
“A campanha busca informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura, e combater o estigma em torno da doença. Compartilhar informações e apoiar iniciativas de conscientização são formas de contribuir para a luta contra o câncer de rim”, completa Medina.
Prognóstico
Ao contrário do câncer de mama ou de próstata, que dispõem de protocolos de prevenção, não existe rastreamento para o câncer de rim. A exceção são famílias com síndromes genéticas associadas à ocorrência do câncer renal. Neste caso é realizado o acompanhamento personalizado para a situação de risco.
O prognóstico depende de diferentes fatores. Quando a doença está localizada, os prognósticos são bastante otimistas. “Todos os prognósticos são definidos pelo fato de a doença ser ou não metastática e alguns dados clínicos importantes, como a presença de anemia, de gânglios, contagem de plaquetas, dosagem de albumina, entre outros”, diz o oncologista do COC André Moraes.
Adotar uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos, evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial são formas de minimizar os riscos da doença.
Tratamento
Dependendo do estágio do tumor de rim no momento do diagnóstico, o tratamento pode incluir cirurgia (remoção parcial ou total do rim), terapias-alvo, imunoterapia ou radioterapia.
A cirurgia é o tratamento base para a doença. Em um terço das vezes é possível realizar uma cirurgia conservadora, em que é retirada apenas a parte onde se localiza o tumor e preservado o restante do rim.
Quando o tumor mostra característica de risco maior para uma futura metástase, existem tratamentos adjuvantes eficientes para reduzir a chance da recidiva, feitos com imunoterapia e terapia alvo-dirigida. A imunoterapia é uma estratégia que produz anticorpos específicos para a inativação das proteínas que são inibidoras da ativação imunológica. A terapia alvo-dirigida usa medicamentos capazes de bloquear as células que provocam o crescimento descontrolado do câncer.
Tipos
Os rins desempenham variadas funções. Eliminam substâncias nocivas do sangue, mantêm o equilíbrio de água e sais do corpo, fabricam hormônios que estimulam a produção de glóbulos vermelhos e ajudam a regular a pressão arterial.
Também conhecido como adenocarcinoma renal ou hipernefroma, o câncer de rim raramente acomete indivíduos com menos de 45 anos – é mais presente em pessoas do sexo masculino com idades entre 50 e 70 anos. A doença possui subtipos, sendo o mais frequente deles o câncer renal de células claras, que responde por 85% dos casos.
O segundo tipo mais comum de câncer de rim é o Carcinoma Papilar de Células Renais, que responde por 10% a 15% dos casos. Ele pode causar o bloqueio da urina, além de provocar dor.











