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Do negócio do ódio à poesia que salva – por José Pedro Martins

José Pedro Martins Por José Pedro Martins
18 de dezembro de 2024
em Colunistas
Tempo de leitura: 4 mins
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Do negócio do ódio à poesia que salva – por José Pedro Martins

Foto: freepik

Em uma madrugada dessas, sono distante, vendo pela enésima vez “O Exterminador do Futuro”, a descrição de imagens evidenciou, para explicar os sons ao fundo: “Grilos cricrilando”.

No meio daquela violência toda, fomos presenteados com “Grilos cricrilando”. Eu achei de uma força poética absurda, um respiro em meio a tanta tragédia, na tela e na vida real, leia-se emergência climática, ameaça nuclear, guerra para todo lado, discursos de ódio proliferando e elegendo.

Não pude conter a reflexão. Será que a poesia ainda tem lugar nesse mundo? Indo mais longe: a poesia ainda tem lugar no mundo cada vez mais digital, que parece irreversivelmente contaminado pela cólera, pela raiva, que parecem ter público cativo e crescente?

Uma pesquisa recente, do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério das Mulheres, mostrou um cenário assustador, provavelmente já conhecido, mas que se revelou ainda mais grave pela quantidade de dados documentados.

Em poucas palavras, o relatório confirmou que o ódio, e no caso a misoginia, se tornou um negócio muito lucrativo. A pesquisa “Aprenda a evitar ‘esse tipo’ de mulher”: Estratégias discursivas e monetização da misoginia no Youtube foi fundamentada na análise de 76,3 mil vídeos, divulgados por 7,8 mil canais brasileiros no Youtube.

Com o auxílio de Inteligência Artificial e outros recursos, o universo da pesquisa foi refinado, chegando-se a 601 canais para análise qualitativa. O estudo constatou claras evidências do avanço de uma “machosfera”, sobretudo a partir de 2022, “quando ocorre um aumento significativo de vídeos com narrativas masculinistas. Predominam conteúdos que disseminam teorias conspiratórias prejudiciais à igualdade de gênero e comportamentos nocivos às mulheres disfarçados de estratégias de valorização dos homens”, afirma o documento.

A pesquisa indicou, especificamente, que pelo menos 137 canais no Youtube divulgam conteúdo altamente misógino. “Os vídeos expressam aversão, desprezo, controle e ódio às mulheres, com comentários direcionados a grupos específicos, tratados de forma generalizada, como ‘as feministas’, ‘as mães solteiras’ e ‘as mulheres mais velhas’”, salienta o relatório.

Segundo a pesquisa, estes 137 canais somam mais de 105 mil vídeos produzidos e contemplam, em média, 152 mil inscritos, “se considerados todos os vídeos produzidos por cada canal – mesmo os que não foram capturados na coleta”. O elemento especialmente aterrador é que esses 137 canais de conteúdo misógino somam 3,9 bilhões de visualizações.

3,9 bilhões de visualizações, número equivalente à metade da população terráquea!

Mas esse conteúdo inqualificável tem seu preço. 80% dos canais misóginos contam com alguma estratégia de monetização, revelou a pesquisa. Ou seja, os seus (ir)responsáveis, para dizer o mínimo, lucram e muito com esse conteúdo desprezível.

A pesquisa foi centrada na misoginia, mas é sabido que o discurso do ódio é muito maior proliferando na Internet. Há ódio direcionado a vários públicos e temas, incluindo homofobia e preconceitos múltiplos.

O ódio virou negócio. A última campanha eleitoral, em particular para a Prefeitura de São Paulo, deixou isso mais uma vez claro e cristalino. E não há sinais de que isso vá parar tão cedo.

O discurso do ódio vem associado com as fake news, com o negacionismo científico. São várias cabeças dessa hidra contemporânea, sinal terrificante de que os avanços científicos e tecnológicos não significam, por si mesmo, avanços civilizatórios.

Igualmente assustador é que o enfrentamento dessa narrativa do ódio conta com recursos muito modestos, pelo menos até o momento. As legislações, de forma geral, não acompanham a velocidade do mal disseminado pelas redes.

No Brasil, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal vêm discutindo há algum tempo essa situação, mas não há evidências de que algo sólido, que realmente proteja a sociedade, seja definido a curto prazo.
Vimos o embate relacionado ao X, que ficou fora do ar algum tempo no Brasil. Mas logo voltou, com o pagamento de uma multa que, para os bolsos de seu proprietário, não fez nem cócegas.

A batalha é dura e o arsenal de cada lado é muito desigual. Também preocupante nos últimos tempos é o crescimento das fake news, e por que não também discurso de ódio, relacionadas às mudanças climáticas.

Essa triste realidade foi evidenciada no episódio das enchentes no Rio Grande do Sul, um dos mais notórios eventos climáticos extremos desse ano no planeta. Foi gigantesco o número de notícias falsas circulando nas redes sociais relacionadas às enchentes, como na negação de que elas tivessem alguma associação com as mudanças climáticas.

Um estudo do Instituto Democracia em Xeque, em parceria com a Fundação Heinrich Böll, contemplando o período de 7 e 13 de maio, revelou que as enchentes motivaram 7,7 milhões de publicações em redes sociais, e deste total nada menos que 4,3 milhões de postagens continham desinformação.

Difícil combater as fake news, que circulam em rápida velocidade e, depois, são desmentidas em muito menor velocidade. Em tempos de eventos climáticos extremos, a desinformação é especialmente perigosa, porque pode atrapalhar resgates, acolhimentos, destinação de recursos para os atingidos.

Não é tarefa fácil aquela que a sociedade civil, as universidades, movimentos sociais e sociedade em geral têm pela frente. Mas é uma missão fundamental, se o Brasil e o planeta de fato aspiram a cenários mais sustentáveis.

E nesse panorama todo volta a pergunta: a poesia ainda cabe? Eu entendo que mais do que nunca a poesia, em suas mais diversas manifestações, é fundamental.

Porque de modo geral ela implica em esperança e esse é o combustível que mais precisa ser renovado nos sombrios tempos atuais.

Contra o desespero, a angústia, a sensação de que não há futuro, mais e mais poesia. Eu vou tentar continuar a ouvir “grilos cricrilando” e colhendo lírios no asfalto.

 

 

José Pedro Martins é jornalista, escritor e consultor de  comunicação. Com premiações nacionais e internacionais, é um dos profissionais especializados em meio ambiente mais prestigiados do País. E-mail: josepmartins21@gmail.com

Tags: colunistasefeito esfutfaesperançagestãohomofobiaHora CampinasHora Sustentabilidadejosé pedro martinsmeio ambientemisoginiamudanças climáticaspoesiarecursos naturais
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