Nascido em Campinas, no dia 7 de janeiro de 1999, o lateral-esquerdo Carlos Augusto foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira no início de outubro deste ano e deve estrear com a camisa amarelinha nesta terça-feira (17), no duelo contra o Uruguai, às 21h, no estádio Centenário, em Montevidéu, pela 4ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
Revelado pelo Corinthians e contratado pela Inter de Milão, da Itália, em agosto deste ano, Carlos Augusto deu os primeiros passos rumo ao sucesso no esporte ainda na infância em território campineiro, quando atuava na Escolinha Chute Inicial, atualmente conhecida como Elleven. Aos nove anos, chegou ao Pulo Futsal, através de Nico Oya, pai de Fabrício Oya, outro garoto que passou pela base do Timão e atuou pelo Caxias nos últimos meses.

“O Carlos Augusto começou a jogar aos oito anos na Escolinha Chute Inicial. O Nico era proprietário dessa escolinha. Lá só tinha o Society e aí surgiu a ideia de montar o time de futsal Sub-9 no Pulo Futsal, quando o Fabrício Oya e o Carlos completaram nove anos. Na época, o Pulo Futsal não tinha Sub-9, mas o próprio Nico se propôs a ser o treinador e acabou dando certo. O Carlos começou aos nove anos no Pulo Futsal e ficou até o Sub-13, quando disputou o último Campeonato Paulista de futsal com a gente”, relembra Jefferson Novaes, o Jeffão, presidente do Pulo Futsal e um dos treinadores do atleta no time campineiro, em entrevista ao Hora Campinas.
Atualmente com 24 anos, Carlos Augusto trilhou longo caminho até o sucesso no futebol. Jeffão deixa claro que desde o início no projeto do Pulo Futsal, o atleta foi destaque. O ex-comandante elogia o empenho do jogador, além da qualidade técnica que vem desde a infância dentro das quadras.
“No futsal, o Carlos era um ala canhoto que jogava pela direita, também atuava como beque (fixo), mas normalmente era mais um ala oposto mesmo, pela direita. Ele sempre foi um jogador de muita força e ótima finalização, exatamente como é hoje. O Carlos sempre teve muita personalidade e uma voluntariedade fora do comum. Muito dedicado aos treinamentos e super sério. Ele também sempre foi perfeito defensivamente, com um grande arranque. Ele sempre se mostrou acima da média”, enfatiza Jeffão.

Carlos Augusto, vulgo Lugano
Apesar de se chamar Carlos Augusto Zopolato Neves, o hoje lateral-esquerdo da Seleção Brasileira era conhecido como Lugano na infância em Campinas. Jeffão garante que o apelido surgiu por conta da semelhança física com o famoso zagueiro, ídolo do São Paulo e referência da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo de 2010 e no título da Copa América de 2011.
“Na época em que jogava no Pulo Futsal, o Carlos Augusto era conhecido somente como Lugano, por conta da semelhança física com o uruguaio. E realmente era somente por conta da semelhança física, já que o Carlos nunca foi são-paulino”, explica Jeffão, com carinho.

Corinthians e futebol italiano
Após a saída do Pulo Futsal, Carlos Augusto migrou para as categorias de base do Corinthians e atuou no Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20. Pela equipe profissional do Timão, entrou em campo em 37 partidas e conquistou o título do Campeonato Paulista de 2019.
Em 2020, o atleta campineiro foi vendido para o Monza, na época em que o clube estava na Segunda Divisão do Campeonato Italiano. Por lá, atuou em 107 jogos, marcou 12 gols, contribuiu com nove assistências e conquistou o acesso para a Primeira Divisão, no ano passado.

Em agosto deste ano, Carlos Augusto foi emprestado pelo Monza à Inter de Milão, em um acordo que obriga a atual vice-campeã da Liga dos Campeões da Europa a comprar o brasileiro ao fim do empréstimo por € 13 milhões, cerca de R$ 70 milhões.
Pelo time de Milão, o campineiro atuou em dez jogos até o momento, ainda não balançou a rede, mas já contribuiu com uma assistência.
No último domingo (15), após treinamento com a Seleção Brasileira em Montevidéu, Carlos Augusto relembrou o início da carreira no Corinthians e a transição até chegar na Itália. O atleta revelou que recebeu convite para se naturalizar italiano e atuar pela seleção europeia, mas garantiu que o foco sempre foi a amarelinha.

“A minha transição para o futebol italiano foi essencial na minha carreira. Infelizmente, não tive muita sequência no Corinthians. Ir para a Itália me ajudou a pegar confiança, crescer como pessoa e entender o futebol italiano, que é mais tático. Quando eu jogava no futebol brasileiro, muita gente falava que eu era defensivo. Na Itália, dizem que sou ofensivo. Espero trabalhar as duas partes para ser o mais completo possível”, ressaltou o campineiro, em entrevista coletiva.
“Eu fui chamado (para atuar na Seleção Italiana), mas nem pensei na hipótese de aceitar. Eu cresci no Brasil. Por respeito aos italianos, não me via como italiano. Meu coração sempre foi brasileiro, nem pensei na hipótese de ir”, acrescentou.