Uma vez escutei de um educador um poema do Paulo Freire que me tocou bastante: “É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir.”
E foi a esperança do verbo ‘esperançar’ que surgiu após uma conversa com a Doutora em Educação e Mestre em Psicologia Educacional pela Unicamp Flávia Vivaldi, que será mediadora do 16º Encontro Educação & Protagonismo promovido pela Fundação Educar, que acontece de forma on-line e gratuita, nas tardes de 14 e 15 de setembro.
Ela me fez enxergar muito além dos desafios da educação; os aprendizados e as transformações que podem fazer a diferença na vida de cada pessoa que passa pela escola.
O encontro, que ocorre na próxima semana, contará com a presença do educador colombiano Bernardo Toro que vai falar sobre a Educação em Tempos de Mudança, o psicoterapeuta Ivan Capelatto, destaca a Saúde Mental e Emocional no Ambiente Escolar, Emilia Cipriano, doutora em educação, tratará a Alfabetização na Infância: Uma Experiência Transformadora.
Já a Educação Híbrida: Estratégias e Metodologias Eficazes será o assunto abordado pela doutora em psicologia escolar Lilian Bacich. A empreendedora social e fundadora Escola de Gente, Cláudia Werneck, e o mestre em Gestão da Diversidade Humana, professor e pesquisador na área da educação inclusiva, Rodrigo Hübner Mendes, trazem o tema Inclusão e Diversidade nas Escolas. Rebeca Andrade, ginasta artística brasileira e medalhista nos Jogos Olímpicos de Tóquio, apresenta o tema Protagonismo e Oportunidade – Uma Jornada de Ouro.
Flavia me contou que a proposta desse encontro é criar possibilidades de diálogos entre os educadores e os profissionais que estarão no evento, focando nas questões que dizem respeito a um modelo de escola muito burocratizado, que se preocupa muito ainda com carga horária, divisão de matérias, segmentação de área de conhecimento e que acaba não fazendo sentido nenhum na vida.
“A educação precisa fazer sentido na vida dos estudantes”
“A educação precisa fazer sentido na vida dos estudantes. Precisa contribuir para promover um pensamento crítico, emancipatório, ser capaz de devolver para a sociedade sujeitos sociais que jamais permitam acontecer o que vem acontecendo no nosso país no que se refere a democracia, aos direitos humanos. O que queremos são sujeitos sociais que tragam uma coexistência planetária. A educação precisa ampliar o seu espaço de atuação para que a vida em sociedade faça sentido de forma mais solidária, justa e respeitosa”, destaca.

Mesmo sabendo de todos os desafios, desigualdades sociais e dificuldades, evidenciados na pandemia, Flavia destaca as surpresas que ocorreram durante a pandemia, como por exemplo, o quanto as famílias entenderam e valorizaram a relevância do trabalho da escola e do vínculo com o educador, o quanto a escola reconhece seu espaço protetivo e a disponibilidade por parte dos professores por aprender sempre, ressignificando as práticas para que elas estejam ancoradas e amparadas no século XXI.
Veja a programação completa e inscrições em: https://www.educacaoeprotagonismo.com/
Kátia Camargo é jornalista e sempre foi uma curiosa na área de educação. Gosta de conhecer professores inspiradores que estão sempre transformando realidades. Acredita na força de aprender a ler e escrever para desvendar o mundo.