Às vezes, eles passam despercebidos dentro de quadra, mas ganharam notoriedade na sequência de vitórias do Vôlei Renata na Superliga Masculina. Um é o líbero com maior número de jogos da história do projeto, outro fez sua estreia em sua posição de origem. Lukinha e Bandini se completam e se dividem dentro de quadra. Com a dupla, que ocupa o topo da tabela de melhores passadores da competição, o time campineiro busca nesta quarta-feira (26) a sexta vitória seguida. O adversário é o Itambé Minas, às 21h, na Arena UniBH, em Belo Horizonte, pela sétima rodada do torneio nacional.
Bandini assumiu a titularidade do Vôlei Renata, substituindo Lukinha, que precisou se afastar após sofrer um edema ósseo na costela, em três partidas. O jovem de 20 anos começou jogando nas vitórias contra Guarulhos, Sada/Cruzeiro, quando acabou levando o troféu Viva Vôlei, e Joinville. Na última rodada, contra o Sesi, a dupla passou por uma situação incomum e se revezou em quadra, com o veterano entrando para passar e o jovem para defender. Deu certo, já que os campineiros venceram o Sesi e engataram a quinta vitória seguida na Superliga.
“O líbero é uma posição muito específica, tem características muito técnicas, diferente de todo resto da equipe, então acaba sendo ainda mais específico. São mais de 20 anos de carreira profissional, nunca tinha passado por essa situação de revezar, entrar só para passar. Tem que assimilar o foco, a estratégia de jogo”, comenta Lukinha, líbero com mais de 200 jogos pelo Vôlei Renata.
A dupla abre a rodada como destaque nas estatísticas da Superliga Masculina. Apesar de ter apenas três jogos “no currículo”, Bandini aparece como melhor passador do torneio com 75,3% de aproveitamento. Contra o Sada/Cruzeiro, ele finalizou a partida com mais de 80% de passe AB (quando a bola fica na região central da quadra, dentro da linha dos três metros). Lukinha fecha o top 3, com números próximos aos 70%.
“Claro que o conjunto acaba fazendo a diferença, mas acreditamos que cada bola pode ser decisiva, então trazer essa especificidade na saída de jogo, no início de uma nova jogada, acaba aumentando essa efetividade de uma função, de um fundamento”, acrescenta Lukinha.
Trajetória
Natural de Tabatinga, interior de São Paulo, Bandini começou sua trajetória no vôlei aos 14 anos, quando foi chamado pelo técnico do time da cidade para trocar o futebol pela modalidade na educação física. Passou na peneira para jogar no time de Mauá, nessa época, ainda como ponteiro. Sua atuação nos jogos dos campeonatos estaduais de base fez com que ele chamasse a atenção da técnica Patrícia Appolinario.
“Comecei a jogar o Campeonato Paulista e me destacar. Foi aí que eu acabei mandando mensagem para o projeto do Vôlei Renata. Já acompanhava bastante, tanto a base quanto o time adulto, e sabia que era um excelente projeto. Fiz a peneira e passei, como ponteiro. No mesmo ano que entrei, o Horacio Dileo me chamou para compor o time adulto e foi quando comecei a jogar de líbero”, comenta Bandini, referindo-se ao técnico argentino.
“Se perguntassem pro Matheus Bandini que começou em Tabatinga aos 14 anos, ele não imaginaria que estaria jogando ao lado desses grandes nomes do vôlei. Poder estar perto de caras tão consagrados, como o do Lukinha, que tem uma longa carreira e muitos títulos acumulados, ajuda nessa evolução que estou tendo. Treinar com ele no dia a dia faz muita diferença para mim,” completa o líbero.
O Vôlei Renata é o terceiro colocado com 17 pontos, com um jogo a menos que os times que estão à sua frente na classificação. Os campineiros embarcaram para Belo Horizonte nesta terça-feira (25) e encerram a preparação com dois treinos na Arena UniBH.











