Sondagem feita este mês pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta que pelo menos 20% das associadas da entidade já utilizam energia sustentável. Em fevereiro do ano passado esse índice era 13%. Em contraponto, o número de empresas que estão desenvolvendo projetos para utilização de energia limpa caiu em relação a 2024.
Outros indicadores do levantamento, divulgado na última semana, mostram a evolução dessa transição energética. O uso de energia solar fotovoltaica aumentou de 7% para 10%, de um ano para o outro. O mesmo ocorreu com o uso de gás natural pelas indústrias, que aumentou em 20%, no mesmo período.
O vice-diretor do Ciesp-Campinas, Stefan Rohr, também diretor do Departamento de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho da entidade, comenta que a velocidade dessa transição poderia ter sido maior por parte das empresas, mas ficou retraída pelo aumento do dólar no período.
“Mesmo na utilização de energia fotovoltaica, as placas são importadas, o que encarece para as empresas em função da alta do dólar. E isso obviamente tem reflexo na velocidade dessa transição energética para as empresas”, explica Rohr.
Representativo, o Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano e conjuntamente empregam quase cem mil pessoas.
Em relação aos indicadores específicos da Sondagem, o diretor da entidade, José Henrique Toledo Corrêa, destaca a levação no volume de produção (30%) e no faturamento (40%). Esse crescimento fica evidente segundo ele, mostrando que as empresas compraram para evitar a alta do câmbio.
Na avaliação do diretor, 60% das empresas associadas apontaram que a sua capacidade instalada de produção ficou entre 70,1% e 100% no mês de fevereiro. Para ele isso comprova o aumento da produção no período.
Toledo Corrêa avalia que os próximos meses devem ser de “muitas emoções, tanto por parte da política interna brasileira, como pela política internacional”.

Balança Comercial Regional
O levantamento traz ainda números da Balança Comercial Regional. No acumulado do ano de 2024, as exportações foram de US$ 3,483 bilhões, 3,8% menor que em 2023. Já as importações de 2024 foram de US$ 12,22 bilhões, 9% maior que em 2023. No acumulado do ano passado, a corrente de comércio exterior (soma das importações e exportações) chegou a US$ 15,7 bilhões, 5,8% maior que em 2023.
No ano de 2024, os principais municípios exportadores foram: Campinas (28,25%), Paulínia (23,18%), Sumaré (10,79%), Mogi Guaçu (9,10%), Conchal (6,72%) e Valinhos (4,90%). Já os principais importadores em 2024 foram: Paulínia (36,84%), Campinas (28,93%), Hortolândia (8,32%), Jaguariúna (8,09%), Sumaré (7,08%) e Valinhos (5,0%).
Em janeiro de 2025 o valor exportado foi de US$ 252,2 milhões – 17,77% menor que em janeiro de 2024. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,011 bilhão – 5,29% maior do que em janeiro do ano passado. O saldo em janeiro de 2025 foi negativo em US$ 759,1 milhões – 16,10% maior que o registrado em janeiro de 2024, ressalta Valmir Caldana, primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em janeiro de 2025 foi de US$ 1,263 bilhão – 0,29% menor que em janeiro de 2024.
Os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem, Campinas (32,46%), Paulínia (22,02%), Mogi Guaçu (10,03%), Sumaré (9,72%), Conchal (4,83%) e Valinhos (4,80%).
Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (32,32%), Campinas (31,34%), Sumaré (9,80%), Jaguariúna (7,77%), Hortolândia (7,10%) e Valinhos (5,21%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
Os três principais destinos das exportações da indústria regional em janeiro de 2025 foram Estados Unidos (US$ 47,49 milhões – 18,82%), Argentina (US$ 31,26 milhões -12,39%) e Países Baixos – Holanda – (US$ 14,40 milhões – 5,71%). Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 278,12 milhões – 27,50%), Estados Unidos (US$ 145,59 milhões – 14,39%) e Índia (US$ 87,55 milhões – 8,66%).











