O Oásis Educar é um mutirão voluntário no qual uma escola de Campinas é transformada fisicamente, seguindo os sonhos das pessoas que convivem naquele local. Esse é um dos projetos-desafios da Academia Educar.
Participei da Academia em 2024 como jovem (ainda sou uma jovem de 15 anos) e, neste ano de 2025, me tornei monitora. Porém, não participei do mutirão no primeiro ano por estar doente. Assim, este ano seria minha primeira participação — e logo como monitora!
Confesso que, no início, estava com medo. Seria minha estreia e, ainda por cima, liderando outros jovens. Com o tempo, fui me acostumando com a ideia.
As três etapas do Oásis foram tranquilas, pois tínhamos um cronograma que conseguimos seguir. Porém, no dia da transformação, tratava-se apenas de pôr a mão na massa. Para quem nunca tinha feito aquilo antes, era um pouco assustador.
No dia do Oásis, cheguei cedo e cumprimentei meus jovens. Sem demora, formamos uma roda para que pudéssemos nos dividir. Fiquei responsável por uma parede com a seguinte frase: “Unidos venceremos, divididos cairemos.” À primeira vista, não parecia tão difícil, mas, ao percebermos o cuidado necessário com as letras, bateu um certo desespero.
No meu grupo só havia meninas, a maioria participantes da Academia Educar do período da manhã. Senti um alívio ao notar que todas eram detalhistas e cuidadosas. No início, apenas observei, mas me senti como uma criança de castigo ao ver aquelas tintas e não poder pintar. Logo, não resisti: pus também a mão na massa — primeiro com a tinta azul, depois a rosa e, por fim, a laranja.

Não dá para negar que pintar exige calma e leveza, mas foi uma experiência muito divertida. Consegui contribuir para a transformação e conheci, além de me aproximar, de várias pessoas.
A ideia de liderar um projeto tão grande pela primeira vez foi realmente assustadora. Mas, ao vivenciar a experiência, percebi que não era tão impossível quanto eu imaginava — não quando se tem pessoas ao nosso lado, dispostas a ajudar a construir um sonho coletivo.
Apesar de ter saído de lá com a blusa manchada de tinta — e tenho certeza de que ainda havia vestígios no meu cabelo —, não dá para negar o quão incrível foi aquele momento: ver jovens de dois períodos juntos, trabalhando e colaborando numa transformação tão cativante.
Deixo um recado: liderar pode sempre parecer assustador, mas isso não deve ser motivo para desistir. Na verdade, é preciso persistir até o fim. O processo pode ser complicado, mas o resultado final compensa todo o esforço.

Maria Eduarda da Silva Lima, 15 anos, é de Campinas. Estudante do 9.º ano, é apaixonada por literatura e encontrou na escrita uma forma de transformar sentimentos em poesia. Participa da Academia Educar como monitora e sonha em cursar jornalismo no exterior — embora a pedagogia também esteja no seu radar.











