O ano de 2025 marcou o encerramento do primeiro mandato de Marco Antônio Eberlin à frente da Ponte Preta. Eleito em 2021 para comandar o clube entre 2022 e 2025, o presidente acumulou momentos que alternaram conquistas inéditas e frustrações para o torcedor alvinegro.
Agora, às vésperas das eleições presidenciais do dia 20, a chapa “77”, liderada pelo próprio Eberlin, é a única inscrita após reunir as 225 assinaturas de conselheiros exigidas pelo estatuto. Apesar de ser o favorito natural, ainda não há confirmação de que ele continuará à frente da Ponte.
Ao assumir o cargo, em 2021, Eberlin ressaltou a necessidade de uma reengenharia financeira que buscasse evitar novas dívidas ao clube. Quatro temporadas depois, o balanço de sua gestão mostra estabilidade competitiva em alguns momentos, mas mantém abertos problemas estruturais e financeiros que marcaram o período.
Temporadas de 2022 a 2025
A primeira temporada sob sua presidência terminou com números modestos: 14 vitórias, 16 empates e 21 derrotas, com aproveitamento de 37,9%. O desempenho fraco resultou no quarto rebaixamento da história da Ponte Preta no Campeonato Paulista. No Brasileiro, o time fechou em 12º lugar e caiu ainda na primeira fase da Copa do Brasil.
O ano seguinte trouxe um alívio esportivo. A Ponte conquistou o título da Série A2 do Paulista com uma campanha quase perfeita — 14 vitórias, seis empates e apenas uma derrota — encerrando um jejum de 54 anos sem levantar troféus. Entretanto, a gestão enfrentou o primeiro transfer ban do período, que Eberlin atribuiu, na época, a pendências herdadas de administrações anteriores. A punição durou menos de dois meses, mas foi apenas a primeira de quatro restrições que a Macaca sofreria durante o mandato.
Na Série B de 2023, a equipe voltou a oscilar e terminou em 15º. Já na Copa do Brasil, caiu na segunda fase para o Brasil de Pelotas.
Em 2024, a Ponte retornou à elite estadual, avançou até o mata-mata, mas foi goleada por 5 a 1 pelo Palmeiras nas quartas de final. A grande frustração, porém, veio no Brasileiro: com apenas 10 vitórias em 38 rodadas, a Macaca terminou em 17º e foi rebaixada para a Série C pela segunda vez em sua história — a primeira havia ocorrido em 1990.
A última temporada do mandato apresentou o melhor desempenho esportivo do ciclo: 22 vitórias, nove empates e nove derrotas em 40 jogos, somando 62,5% de aproveitamento. A campanha foi coroada com o título da Série C — o primeiro nacional da história da Ponte Preta — além de uma hegemonia absoluta nos quatro Dérbis do ano (três vitórias e um empate).
Fora de campo, porém, a crise era evidente. Um novo transfer ban atingiu o clube em julho e permanece ativo. Em agosto, o elenco deixou de treinar em protesto aos salários atrasados desde junho. Uma pequena parte dos pagamentos, como premiações por vitórias em Dérbis, foi regularizada, mas ainda há pendências com os atletas.
Eberlin sobre salários, eleições e futuro
Durante o lançamento do Paulistão 2026, na última terça-feira (11), Eberlin explicou, em entrevista ao portal Futebol Interior, que a quitação dos débitos depende da entrada de novos recursos financeiros: “Para a gente terminar de resolver os salários que estão atrasados, a Ponte vai necessitar antecipar alguma coisa, porque o que está bloqueado dificilmente teremos sucesso este ano. E, para antecipar, é preciso que a eleição aconteça e que o novo presidente esteja eleito para, dentro das normas estatutárias, trazer numerário e liquidar. E nós vamos liquidar; a Ponte Preta vai liquidar com esse elenco que teve senso de profissionalismo e amor à camisa no momento de dificuldade.”
O presidente também comentou o fato de sua chapa ser a única inscrita para o pleito. Segundo ele, o cenário reflete o momento político do clube e a rejeição a grupos que já comandaram a Ponte no passado: “A Ponte Preta tem bons nomes em todas as alas, não apenas na ‘77’. Mas o associado, que é quem decide, não quer o retorno de pessoas que devastaram o clube no passado. Isso facilitou o lado da ‘77’. É pelo que vem sendo reconstruído e, também, para não trazer de volta dirigentes excluídos, outros que não moram na cidade ou que deixaram o clube em situação delicada.”











