Se por um lado as chuvas trazem alívio para o clima e ajudam a recompor os reservatórios, por outro elas oferecem prejuízos e transtornos a equipamentos urbanos e prestadoras de serviço público. É o que tem acontecido com as concessionárias do transporte em Campinas. Vias de terra ou cascalho, localizadas em bairros mais afastados do Centro, são um desafio para os motoristas de ônibus. Nem sempre é possível desviar de buracos ou de áreas com muito barro.
Nos últimos dias, alguns casos de ônibus atolados inaguraram a “temporada” destes transtornos em Campinas.
No último dia 6, por exemplo, terça-feira, por volta das 21h. o ônibus que faz a linha 322 atolou na Rua Professor Dr. Emílio Coelho, no bairro Village Campinas. A área é próxima ao Vale das Garças, no distrito de Barão Geraldo, e historicamente sofre na época das chuvas. Segundo relato da equipe que atende a linha, o ônibus teve que pernoitar no local do atolamento até a chegada de um guincho no dia seguinte. “O itinerário da linha foi desviado, pois não há condições de tráfego no local”, reportou a equipe à concessionária que opera a linha verde (veja fotos).
Outro caso
No último sábado, 3 de dezembro, um ônibus também atolou em via de terra (veja fotos abaixo). O caso aconteceu no bairro Gargantilha, nas imediações do Solar das Andorinhas, às margens da Rodovia Campinas-Mogi Mirim. Neste episódio, a solução foi socorrer a um sitiante da região, que emprestou um trator para retirar o ônibus do atoleiro.
De acordo com o diretor de Comunicação da Transurc, Paulo Barddal, a situação é recorrente em épocas de chuvas e trazem transtornos às operadoras. “É um problema recorrente, que acontece há vários anos. Em época de chuva, infelizmente os ônibus atolam”, reforça o diretor. Ele cobra uma manutenção mais efetiva do poder público.
Barddal salienta ainda que é bastante comum contar com a ajuda de sitiantes, fazendeiros e proprietários de chácaras, que utilizam os seus tratores para resgatar os ônibus. “Em alguns casos, você envia o guincho, mas ele atola também. Gera um transtorno geral”, aponta, lembrando que o custo de manutenção dos veículos acaba sendo alto e desproporcional, porque as linhas “já são de baixíssima demanda”. Segundo ele, esse custo é até sete vezes maior do que o custo dos veículos que circulam em vias pavimentadas.
Veja a posição da Prefeitura de Campinas
E nota, a Prefeitura informou que “está executando, desde junho deste ano, obras de drenagem e pavimentação na CAM 209 – Estrada Walter Franco de Lima, principal via de acesso ao Gargantilha”.
E continua: “no total, o projeto prevê a pavimentação de 3,3 quilômetros de vias e a drenagem de 2,9 mil metros de rede. Durante o período de obra, a empresa que executa a obra faz a manutenção necessária na via”.
A Prefeitura informa ainda que “em relação ao Village, a Secretaria de Infraestrutura está desenvolvendo o projeto de pavimentação do bairro e planeja executar a obra no próximo ano. A Prefeitura busca, no momento, os recursos para viabilizar a obra. O sistema de drenagem, que é a instalação de galerias pluviais e bocas de lobo, faz parte do projeto de pavimentação e é a primeira etapa a ser executada, antes da aplicação do asfalto”.
A nota oficial onclui que “os bairros com vias de terra recebem manutenção das equipes das Administrações Regionais, da Secretaria de Serviços Públicos, que utilizam máquinas para nivelar o solo e aplicam material triturado, para melhorar o tráfego.”