As equipes das forças de segurança de São Paulo realizam o trabalho de remoção dos corpos das 62 pessoas que morreram na queda de uma aeronave na tarde de sexta-feira (9), em Vinhedo. O governo do estado confirmou neste sábado (10) que, até o momento, 21 corpos foram retirados do local. Destes, 12 já estão na unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para identificação e posterior liberação às famílias. Os demais ainda seguirão para São Paulo. Segundo as autoridades, dois deles foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista.
Às 8h40 deste sábado (10), a Voepass Linhas Aéreas divulgou uma nota informando que o passageiro Constantino Thé Maia é uma das vítimas do acidente, o que eleva de 61 para 62 o total de mortos no acidente. Segundo a Voepass, o nome de Constantino não estava na lista de passageiros embarcados, divulgada sexta-feira, por uma questão técnica identificada pela companhia referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados.
O Instituto Médico Legal (IML) Central foi fechado para um trabalho exclusivo às vítimas do acidente de Vinhedo. As demais ocorrências da Capital serão distribuídas para outras unidades. Para auxiliar nas identificações dos corpos, as famílias precisam apresentar na sede do IML Central qualquer exame ou documentação médica que tenham das vítimas, como exames radiológicos, médicos e/ou odontológicos. O IML conta com mais de 20 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia.
Leia também
Professoras, médicos e procurador estão entre vítimas de acidente aéreo
Cenipa está com caixas-pretas da aeronave que caiu em Vinhedo
Governo muda estratégia e IML da Capital identificará corpos das 61 vítimas do acidente em Vinhedo
O voo 2283 da companhia Voepass (antiga Passaredo) saiu de Cascavel às 11h46 de sexta-feira em direção ao aeroporto de Guarulhos com 57 passageiros e quatro tripulantes. Por volta das 13h20, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros em cerca de um minuto e caiu no jardim de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Não houve vítimas em terra, mas os 62 ocupantes do avião faleceram.
Trata-se do acidente aéreo mais letal do Brasil desde 2007, quando 199 pessoas morreram em um avião da TAM que se chocou contra um prédio ao tentar pousar no Aeroportos de Congonhas, em São Paulo.
Vítimas
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou, por meio de nota, que, entre as vítimas do acidente com o avião da Voepass foram identificados os nomes de, pelo menos, oito médicos com registro no Conselho de Medicina do Paraná. Entre eles, estão confirmados Arianne Albuquerque Estevan Russo, José Roberto Leonel Ferreira, Mariana Comiran Belim e Sarah Sella Langer.
“O Conselho de Medicina do Paraná está em luto pela perda trágica de tantos colegas médicos, que estavam a caminho de mais uma atividade de aperfeiçoamento profissional. Nossos mais profundos sentimentos a todos os familiares e amigos neste momento de infinita dor”, disse o presidente da autarquia, Romualdo José Ribeiro Gama.
Causas
O diretor de operações da companhia aérea Voepass, Marcel Moura, afirmou que a aeronave da empresa que caiu passou por manutenção de rotina na noite de quinta-feira (8) e não apresentou nenhum problema técnico.
“A aeronave fez manutenção e saiu sem nenhum tipo de problema técnico que impedisse sua navegabilidade”, afirmou.
O diretor não descartou que o acúmulo de gelo nas asas do avião possa ter causado a queda. Segundo Moura, o ATR possui “sensibilidade” ao acúmulo de gelo por operar em altitudes mais baixas. Contudo, o diretor afirmou que o sistema de degelo estava em pleno funcionamento quando foi realizada a checagem da aeronave. “Nenhuma hipótese é descartada”, concluiu.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que após às 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo. Também não declarou emergência ou reportou enfrentar condições meteorológicas adversas.











