O Dia de Finados e as celebrações para recordar a memória dos mortos, em Campinas, incluem o lançamento do livro Cemitério da Saudade seguida de exposição de fotos e tour turístico e cultural pelo campo santo. O livro foi apresentado ao prefeito Dário Saadi. Ele abriu a mostra de 20 fotos, que está montada no Saguão da Prefeitura, a partir desta sexta-feira, 1 de novembro, e ficará até o dia 8 de novembro.
“O cemitério não é só lugar de memória, mas você olhar a história da cidade, ali estão as pessoas que construíram Campinas e uma parcela grande de pessoas que reconstruíram a cidade depois da febre amarela. Ali tem gente que ficou na cidade após a febre amarela e reconstruiu essa metrópole, que é uma das melhores do Brasil”, lembrou o prefeito de Campinas, Dário Saadi.

O livro Cemitério da Saudade foi organizado pela arquiteta campineira Maria Rita Silveira de Paula Amoroso, pesquisadora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da Universidade de São Paulo. A obra tem 292 páginas e traz informações históricas e detalhadas sobre o cemitério e imagens artísticas do local, feitas pelo fotojornalista Rodrigo Villalba e a participação do poeta Marcelo Beso e do arquiteto Carlos Lorette.
O prefeito também parabenizou a todos envolvidos na realização do livro: “Fantástico poder deixar a história da cidade registrada na obra”.
“Eu tenho certeza que essa visão de ver o cemitério mais do que um lugar de descanso dos nossos antepassados, mas ver a questão da cultura, a questão da história, da preservação da memória de uma cidade é fundamental”, ponderou Dário Saadi.
“Fizemos este livro de coração para Campinas, pelo amor que temos a nossa cidade e pela nossa história e pela preservação desse patrimônio cultural material e imaterial”, disse a organizadora da exposição Maria Rita. Ela afirmou que Dário Saadi é “o primeiro prefeito em toda a história do cemitério a colocar à disposição uma pesquisa científica, um trabalho como esse, para Campinas”.
Apoio da Prefeitura
Tanto o livro quanto a exposição e o tour turístico têm o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da empresa de Serviços Técnicos Gerais de Campinas (Setec), que administra os campos santos municipais.
“O Cemitério da Saudade é um acervo histórico que conta muito lindamente como a cidade; é um lindo museu a céu aberto, como um ponto turístico. Campinas é muito pioneira em promover passeios noturnos no cemitério”, disse a secretária municipal de Campinas, Alexandra Caprioli.
Ela destacou a parceria da Prefeitura com o projeto “O Que Te Assombra” e aproveitou a oportunidade de anunciar também a nova sinalização turística do cemitério, que será inaugurada neste domingo, 3 de novembro.
O presidente da Setec, Enrique Lerena, mencionou os investimentos que estão sendo realizados no Cemitério da Saudade e também cumprimentou os autores e parceiros do livro e da exposição. “Falar do cemitério, falar da nossa cultura, da nossa história é uma alegria muito grande”, enfatizou.
O vereador Arnaldo Salvetti, representante da Câmara Municipal no evento, foi quem destinou emenda parlamentar para a produção do livro.
“Para mim é uma honra participar, com a verba impositiva, para a história da nossa cidade, que a gente sabe que sempre tem que ser lembrada. O Cemitério da Saudade tem que ter essa história resgatada, contada nas escolas em Campinas.”

Centenário do nome
Inaugurado em 1881 com o nome de Cemitério do Fundão, o Cemitério da Saudade recebeu este nome em 1924 e, por isso, chega ao seu centenário neste ano. Foi o primeiro cemitério público de Campinas, um dos primeiros do Brasil, e é onde estão enterradas desde pessoas comuns a figuras ilustres muito importantes para a história da cidade, históricas e populares.
Por abrigar jazigos e corpos de pessoas sepultadas nesta e em outras cinco necrópoles que foram transferidas para o local, é o maior cemitério campineiro e um dos maiores do País.
É também um museu a céu aberto, pelo acervo de arte tumular, pelas esculturas em mármore e demais materiais – granito, bronze, metal, cobre, latão – esculpidos desde o fim do século 19 por artistas de renome.











