Cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta segunda-feira (15) a Fazenda Mariana, localizada entre os bairros Recanto dos Dourados e Gargantilha, em Campinas.
Segundo o grupo, a ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás – cujo lema deste ano, com ações em todo o Brasil, é “Ocupar para o Brasil alimentar”.
Horas depois, com a chegada da Guarda Municipal (GM), a operação de reintegração de posse começou. A força-tarefa contou com o apoio da Guarda Municipal (GM). Por volta das 11h30, a reportagem do Hora Campinas observou o uso de bombas de efeito moral para dispersar os ocupantes.
O Grupo de Contenção a Ocupações Irregulares formado pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) também atuou na repressão à invasão.

A área, de aproximadamente 200 hectares, é administrada por uma empresa do setor imobiliário e, segundo o MST, estaria improdutiva, e tomada por pastagem degradada.
A área fica às margens da Avenida Ivan de Azevedo Abreu, um ligação entre a Rodovia SP-340 e a região do Gargantilha.
“Em documento enviado à Prefeitura de Campinas em 2015, no âmbito da revisão do Plano Diretor, a empresa Zezito Empreendimentos Ltda declarou a impossibilidade de viabilizar atividades produtivas no local”, e que almeja “que a destinação da área seja para interesse social”.

No mesmo documento, o MST reivindica que o terreno seja destinado para fins de reforma agrária e que se torne produtivo. “A ocupação visa iniciar o reflorestamento da área e o plantio de alimentos saudáveis”, divulgou. A Prefeitura de Campinas ainda não se pronunciou sobre veracidade do documento citado pelo movimento.
Em contato com a reportagem do Hora, o proprietário da Fazenda Santa Mariana informou que “a área é produtiva, e que serve para pecuária de corte e plantação de eucalipto”.
A Polícia Militar (PM) prestou apoio tático à reintegração, permanecedo de prontidão numa rodoa próxima.

*Matéria em atualização